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18 de Janeiro de 2011 | |

Silvino Talavera na memória

Mais um camponês morre intoxicado por agrotóxicos no Paraguai

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Um morador de Colonia Yerutí, departamento paraguaio de Canindeyú, morreu após apresentar claros sinais de intoxicação, por uma possível inalação de agrotóxicos fumigados por agricultores brasileiros em plantios de soja transgênica próximas às casas.

Mais 10 pessoas da localidade foram hospitalizadas e são cerca de 20 as que tiveram sintomas similares nas primeiras semanas de janeiro. Os casos estão sendo investigados.

“Quantas mortes mais são necessárias para que o Estado paraguaio reconheça seu papel de regulador das leis em matéria meio-ambiental e de direitos humanos, reconhecidas pela Constituição Nacional?”, pergunta a Via Campesina Paraguai em um comunicado de imprensa divulgado no domingo.

No dia 7 de janeiro Rubén Portillo Cáceres, de 26 anos, chegou morto ao hospital do distrito de Curuguaty, situado a cerca de 20 quilômetros de Colonia Yerutí. Conforme seus familiares, havia tido febre alta, dores estomacais e vômitos, sintomas de intoxicação, após uma fumigação massiva nas plantações de soja transgênica da zona, pertencentes a agricultores brasileiros. A Colonia Yerutí está cercada por esses cultivos.

Após a morte de Portillo cerca de dez pessoas foram levadas ao mesmo hospital de Curuguaty, dentre elas a mãe da jovem, com mesmos sintomas e outros similares, como dores de cabeça, tonturas e diarreia. Conforme o jornal paraguaio ABC, os médicos realizaram exames de rotina em pessoas levadas ao sanatório e alguns deles mostraram valores preocupantes. Cinco moradores ficaram internados ali e inclusive um foi levado ao Centro de Emergências Médicas de Assunção, capital paraguaia.

A doutora Angie Duarte, diretora do hospital distrital de Curuguaty, denunciou a várias instituições correspondentes os casos de pessoas possivelmente intoxicadas com agrotóxicos.

Funcionários da Secretaria do Ambiente de Paraguai, do Serviço Nacional de Qualidade e Sanidade Vegetal e de Sementes, e do Ministério de Saúde, começaram as investigações em Colonia Yerutí para conhecer as causas da suposta intoxicação. Mas “a chegada foi tardia”, lamenta a Via Campesina Paraguai. “O nulo controle das autoridades competentes tem feito possivelmente tombar novamente um vítima fatal dos agronegócios”.

Os camponeses paraguaios alertam sobre a necessidade de que a população nacional reflita sobre esta realidade do campo. Explicam que o modelo dos plantios de soja transgênica e outros cultivos geneticamente modificados em grande escala, e das fumigações, causa roubo de terras ancestrais a povos indígenas, expulsão de camponeses, abortos espontâneos, nascimentos com malformações e deterioramento ambiental, entre outras problemas.

A Via Campesina Paraguai considera em seu comunicado que a imprensa burguesa e o Estado “se põem de joelhos diante dos empresários sojeiros, que recorrem à corrupção e suas variantes, como a prebenda, o clientelismo e prevaricação, em uma associação ilícita para delinquir com politiqueiros, mafiosos e peixes gordos dos três poderes”.

Finalmente, os camponeses exigem que o governo detenha imediatamente as fumigações massivas, que todos os atingidos sejam atendidos e castigados os responsáveis pelas fumigações “por violarem as normativas ambientais sem nenhum receio nem pudor”. Os habitantes de Colonia Yerutí exigem que as autoridades que confirmem se trata-se de casos de intoxicação por agrotóxicos, e caso for positivo, que sejam expulsos os colonos brasileiros.

Foto: http://www.flickr.com/photos/gojame/

(CC) 2011 Radio Monde Réel

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