As organizações demandantes representa cerca de 270.000 pessoas, e procuram demonstrar que o fundamento legal para as patentes da Monsanto está errado, já que os transgênicos que ela fabrica têm efeitos negativos na economia e na saúde humana.

"Este caso questiona se a Monsanto tem o direito de processar os agricultores orgânicos por infração de patente se as sementes transgênicas da Monsanto aterrizam em sua propriedade", disse Dan Ravicher, diretor da PUBPAT, em um comunicado publicado ontem por essa fundação. “É bem perverso que um agricultor orgânico contaminado por sementes transgênicas seja acusado de infringir uma patente, mas a Monsanto tem feito estas acusações no passado e é famosa por ter processado centenas de agricultores”, acrescentou.

Por sua vez, o representante legal considerou que a história tem demonstrado que as sementes transgênicas não podem coexistir com as orgânicas, o que segundo ele, está em sintonia com os interesses da gigante do agronegócio, que visa eliminar a produção tradicional para ter o monopólio sobre o abastecimento dos alimentos.

De fato, dentre estas evidências históricas pode ser mencionada a contaminação transgênica na canola orgânica nos Estados Unidos, que levou praticamente a sua extinção. Outros cultivos orgânicos, como a alfalfa e o algodão, também estão ameaçados pelo avanço dos transgênicos.

“Devemos proteger nosso mundo defendendo nossa soberania sobre as sementes, que é nosso recurso mais precioso e sagrado”, disse Rose Marie Burroughs, integrante da California Cloverleaf Farms. “O povo deve ter o direito aos recursos da terra para sua subsistência”, sentenciou.

Por sua vez, a empresa não respondeu de forma oficial à demanda em seu site, embora apareceu uma resposta em seu blog, “Beyond the rows”, onde se indica que as acusações são falsas e considera-se que o procedimento é um “um ardil propagandístico” que procura gerar confusão sobre a agricultura nos Estados Unidos.

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