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27 de Outubro de 2010 | Notícias | Direitos humanos
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Seu nome era Valmir Mota de Oliveira, mas todos o conheciam como Keno. No dia 21 de outubro de 2007, este dirigente do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Brasil foi assassinado por empregados da sementeira transnacional Syngenta, numa área situada no estado do Paraná, onde a corporação realizava experimentos ilegais com transgênicos e agrotóxicos.
O crime, como tantos outros no campo brasileiro, ainda continua impune, e não há sinais claras de que isso vá mudar no futuro. No dia do homicídio também foi ferida gravemente Isabel Cardin, e outros trabalhadores rurais opositores à atividade da Syngenta.
Neste mês, conforme o site oficial do MST, foi iniciada uma nova ação civil para comprovar a responsabilidade da Syngenta na morte de Keno e na tentativa de assassinato de Isabel.
Apesar destes episódios, a liberação dos transgênicos e os negócios da Syngenta seguem adiante neste país sul-americano, a ponto de que entidades públicas como a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias) estão promovendo alianças com a Syngenta para desenvolver sementes transgênicas para a cana-de-açúcar.
“Não podemos esquecer que a Syngenta é a responsável pelo assassinato de Keno Só por esse fato deveria ter sido expulsa do Brasil!”, afirmou há alguns dias a referente do MST, Janaina Stronzake, em entrevista com Bolpress.
Em meio de todo este processo de dor e impunidade também houve episódios positivos. No dia 5 de dezembro de 2009, o tristemente célebre campo experimental da Syngenta transformou-se num centro especializado em agroecologia, e os mais de 3.500 camponeses que esse dia participaram da inauguraçao festejaram o acontecimento como uma vitória sobre a transnacional.
O novo local foi batizado com o nome Valmir Mota de Oliveira, e na entrada foi colocado um monumento com a frase “Keno vive”.
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