A população da província de Aymaraes, uma das mais atingidas, começou ontem uma greve geral para protestar pela contaminação sobre o rio Opomayo, e com o objetivo de denunciar às autoridades ambientais, que não têm enfrentado a situação como corresponde.

O dirigente local Carlos Candietti criticou numa entrevista com a Coordenadora Nacional de Rádios (CNR) a “atitude irresponsável” da mineradora e ameaçou com uma greve regional indefinida caso as autoridades não atendem as demandas da população.

Contou que os materiais tóxicos já fizeram estragos em pelo menos treze comunidades camponesas de Huancavelica, alertou sobre uma crescente mortalidade de peixes em Opomayo e adverteu sobre o risco sanitário que corre toda a população.

“Não é só 80% do rio Opamayo que está contaminado, mas sim 100% da bacía de Lircay”, destacou o referente local, conforme a CNR.

O Ministerio do Ambiente lançou nesta semana um decreto no jornal oficial para declarar estado de “emergência ambiental” durante 90 dias, na tentativa de permitir “a recuperação da qualidade ambiental e condições de vida na zona atingida”.

No dia 25 de junho cairam nos rios Opamayo e Escalera, conforme a cadeia Telesul, cerca de 21 mil metros cúbicos de resíduos, o que já teve consequências sobre uma superfície de setenta quilômetros quadrados.

A resposta das organizações peruanas diante da tragédia não demorou. A Coordenadora Andina de Organizações Indígenas (CAOI) denunciou a mineradora porque depois do incidente não alertou a população, e isso colocou em sério risco “a vida de homens, animais e cultivos", enquanto que a Confederação Nacional de Comunidades do Peru Atingidas pela Mineração (CONACAMI) exigiu o fechamento definitivo da empresa por provocar um “atentado criminal” contra as comunidades camponesas.

Foto: www.conacami.org