10 de marzo de 2010 | Noticias | Derechos humanos | Industrias extractivas
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A cada 14 de março é comemorado o “Dia internacional de ação contra as barragens e pelos rios, a água e a vida”, embora em países como Brasil os protestos começaram uns dias antes.
Nesta semana houve mobilizações de atingidos por barragens hidrelétricas nos estados de Mato Grosso e Rondônia.
Na segunda-feira cerca de 800 agricultores atingidos ocuparam a barragem de Manso, em Mato Grosso, para exigir o cumprimento de compromissos assumidos em 2005 pela energética estatal Furnas, encarregada de sua administração.
Um dos atingidos, Paulo Pereira Fernandes, explicou que a empresa comprou até agora somente 40% das terras necessárias para o reassentamento das 780 famílias atingidas por sua instalação, cifra que tem reconhecido a própria Furnas.
“Cansamos de só esperar. Enquanto Furnas não cumprir o acordo ficaremos aqui na barragem”, afirmou Pereira Fernandes, conforme o site do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB).
A promessa de comprar terras para todas as famílias deslocadas pela usina Manso, a maioria deles pequenos produtores rurais, foi realizada há três anos pelas autoridades governamentais. Mas agora, além do reassentamento, a população atingida exige projetos alternativos de desenvolvimento econômico e assistência técnico-financeira para retomar a produção.
Furnas havia assumido o compromisso de comprar 22 mil hectares de terras para as 780 famílias, mas até agora só tem adquirido cerca de oito mil, segundo a imprensa de Mato Grosso.
Por outro lado, nas últimas horas também foi questionado, por enésima vez, um dos projetos hidrelétricos mais combatidos do Brasil: o complexo sobre o rio Madeira.
Nos marcos das diversas ações pelo Dia Internacional da Mulher, cerca de 200 representantes do MAB e a Via Campesina bloquearam durante algumas horas o acesso às obras da usina Santo Antônio, que integra o complexo situado perto de Porto Velho, capital de Rondônia. “Centenas de funcionários da empresa construtora Odebrecht foram impedidos de entrar”, indica o comunicado divulgado depois da ação.
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