11 de mayo de 2011 | Noticias | Anti-neoliberalismo
Gustavo Grobocopatel, o principal referente da empresa sojeira Los Grobo; Luis Pagani, da gigante da alimentação Arcor, e Daniel Novegil, da siderúrgica Ternium, do grupo empresarial Techint. Além de ser férreos opositores do governo de Cristina Kirchner, estes três empresários têm outra coisa em comum: na semana passada foram distinguidos como “empreendedores do ano”, num concurso organizado pela consultora e auditora Ernst&Young (E&Y) em 50 países, e que continuará em junho em Mônaco.
O júri, curiosamente, destacou eles como empresários com espírito “empreendedor”, inovadores, destacados por seu “modelo de gestão”, porque suas companhias “transcendem fronteiras” e porque estão “comprometidas socialmente”.
Os organizadores do concurso pediram a opinião de 250 empresários para chegar a essa conclusão e destacam que o perfil dos vencedores é de pessoas que “desafiaram o ‘status quo’ e que têm tido um impacto considerável em nossa sociedade, contribuindo muito positivamente à comunidade".
Mas fica claro que nem todos os argentinos pensam isto quando se trata das grandes empresas sojeiras, que protagonizaram um dos conflitos mais duros que teve que enfrentar a administração kirchnerista.
Empresas sojeiras como Los Grobo têm sido denunciadas por evasão fiscal. Em 2008, as autoridades argentinas descobriram que várias empresas do complexo sojeiro haviam superestimado o registro de suas exportações, como uma forma de evadir as retenções aplicadas o setor desde 2007, e que têm sido muito criticadas pelas câmaras do setor.
Nestas irregularidades, que foram investigadas pelo Escritório Nacional de Controle Comercial e Agropecuário (ONCCA), estiveram envolvidas, além de Los Grobo, as empresas de sementes Cargill, Nidera, Bunge Argentina, Toepfer, ADM, Adeco Agropecuaria e Noble, entre outras.
O grupo empresarial Los Grobo tem se expandido nos últimos anos para o Uruguai e Paraguai, onde também tem se consolidado como uma das principais exportadoras deste grão.
Em território paraguaio a expansão sojeira tem provocado o deslocamento de milhares de camponeses que hoje vivem nas periferias das cidades, enquanto que no Uruguai a consolidação do modelo sojeiro tem impactado sobretudo nos pequenos produtores leiteiros, embora estas situações, parecem não valer para os critérios que utiliza Ernst&Young (E&Y) para medir o “compromisso social”.
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