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13 de Novembro de 2009 | Notícias | Soberania alimentar | Soberania Alimentar dos Povos Agora!
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A crise alimentar global é também uma crise de governança dos sistemas alimentares e comerciais. A tomada de decisões sobre as políticas alimentares e agrícolas está cada vez mais distante do controle democrático e à serviço dos interesses particulares das empresas e as elites econômicas, tanto no norte como no sul do mundo.
As instituições financeiras e de comércio internacionais têm tomado em boa medida o poder da toma de decisões, impondo políticas que têm fragilizado a soberania alimentar regional e nacional.
O Fórum da Sociedade Civil alternativo à Cúpula das Nações Unidas sobre a Alimentação que começará neste dia 13 de novembro em Roma, Itália, tenha definido como tema de um de seus grupos especiais de trabalho a discussão sobre quem toma as decisões em agricultura e alimentação.
Maryam Rahmanian, da organização Cenesta, que está na cidade sede do fórum Soberania Alimentar dos Povos Agora! conversou com Rádio Mundo Real e destacou que no evento ficará demostrado que os movimentos sociais e organizações têm direito a participar e decidir numa discussão crucial para a humanidade.
A ativista iraniana também destacou fortemente o papel de alguns governos latino-americanos na Cúpula oficial no sentido de defender o direito aos movimentos camponeses e a sociedade civil em seu conjunto a emitir opinião e que elas sejam levadas em conta em matéria de alimentação e agricultura.
“A crise alimentar é uma crise de quem toma as decisões sobre nossos modelos de agricultura e comércio”, afirma a ativista iraniana. “O Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial, o G-8 e até Bill Gates decidindo sobre o que cultivar e como comercializar? Não! Essas instituições e pessoas fazem parte do problema”, argumentou Maryam Rahmanian.
Discurso e fatos
Nesta sexta-feira 13 de novembro começarão as atividades do Fórum com uma celebração ou mística no antigo coração da cidade de Roma na colina Campidoglio onde os diversos delegados camponeses e indígenas de todo o mundo receberão a benção da Mãe Terra a sua luta.
Maryam falou também sobre as políticas de Soberania Alimentar em seu país, destacando que o discurso do governo iraniano, fortemente anti-imperialista, não se reflete nas políticas internas para a produção alimentar que é “cada vez mais dependente” e inclusive alineado às idéias que nesse plano defende a Organização Mundial do Comércio.
Se bem a Soberania Alimentar fez parte dos princípios da Revolução Islâmica desenvolvida no Irã há 30 anos, “nos últimos anos essa idéia tem sido debilitada”. Como exemplo, falou do caso da produção de arroz, cujas taxas de importação foram diminuidas de 140 porcento a 0 porcento atualmente, significando a “bancarrota de praticamente todos os pequenos agricultores que se dedicavam a esse cultivo”. Outro exemplo de falta de proteção da produção local tem sido o caso do algodão, conta Maryam.
“Mesmo o Irã não fazendo parte da Organização Mundial do Comércio, o governo tem tentado muitas vezes entrar nessa Organização e só não pôde até agora por causa do bloqueio dos Estados Unidos”, disse Maryam.
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