O que você vê é um arquivo histórico.
Pedimos voluntários para trabalhar com a nova tradução na web.
21 de Abril de 2010 | Notícias | Confêrencia dos Povos sobre Mudança Climática | Justiça climática e energia
Baixar: MP3 (2.2 Mb)
“Se os países industrializados tivessem respeitado o Protocolo de Kioto e concordado em reduzir substancialmente suas emissões contaminantes dentro de suas fronteiras, esta cúpula não tivesse sido necessária”, disse nesta terça-feira o presidente boliviano Evo Morales na cerimônia de inauguração da Conferência Mundial dos Povos sobre Mudança Climática e os Direitos da Mãe Terra.
No estádio boliviano de Tiquipaya, próximo à cidade de Cochabamba, Morales disse: “como a maioria dos chefes de Estado e de governo não escutaram os povos (na conferência da ONU sobre mudança climática em Copenhague em dezembro de 2009), os movimentos sociais foram forçadosa se reunir aqui”.
Milhares de pessoas de todos os continentes reuniram-se no estádio para participar da cerimônia de abertura da Conferência Mundial sobre Mudança Climática. Ali também fizeram uso da palavra, entre outros, cinco representantes de movimentos sociais e de cada um dos continentes. A delegação oficial boliviana esteve integrada ainda pelo vice-presidente, Álvaro García Linera, e o chanceler, David Choquehuanca.
Morales afirmou em sua fala que “a causa principal da destruição do planeta Terra é o capitalismo”, e acrescentou que “como povos que habitamos e respeitamos esta Mãe Terra, temos o direito, a ética e moral para dizer que o inimigo central da Mãe Terra é o capitalismo”.
O presidente explicou que o sistema capitalista visa a obtenção do máximo lucro possível, promovendo um crescimento sem límites, e que é a fonte das assimetrias e desequilibrios do mundo: mais de 2,8 bilhões de pessoas vivem com menos de dois dólares por dia. “Enquanto não mudarmos o sistema capitalista, as medidas que tomarmos terão um caráter limitado e precário”, destacou.
O mandatário da Bolívia manifestou que a conferência de Copenhague foi um triunfo dos povos e um fracasso dos governos desenvolvidos, que não se comprometeram com reduções de emissões substanciais.
Conforme a Comissão Européia, disse Morales, as ofertas de redução de gases de efeito estufa que têm feito os países desenvolvidos sob o mal chamado Entendimento de Copenhague são na verdade de apenas 2 porcento, levando em conta os níveis de emissões de 1990. “Se for estabilizado o aumento da temperatura em dois graus, como propõe o Entendimento de Copenhague, será reduzida a produção de alimentos no mundo num 40 porcento aproximadamente”, adverteu.
Morales espera que os resultados da Cúpula dos Povos sobre Mudança Climática sejam levadas em conta na conferência oficial das Nações Unidas em Cancún, México, em dezembro deste ano. E destacou que é preciso “gestar um grande movimento continental ou intercontinental, que leve à justiça internacional os países que não cumpram com suas obrigações de redução de emissões e continuem arruinando a Mãe Terra”.
Rádio Mundo Real/Radioagência Notícias do Planalto
Foto: RMR/RNP
Rádio Mundo Real 2003 - 2018 | Todo material publicado aqui está sob licença Creative Commons (Atribuição - Compartilhamento pela mesma Licença). O site está construído com Spip, software livre especializado em publicações web... e feito com carinho.