20 de abril de 2011 | Noticias | Género | Soberanía Alimentaria
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A comemoração do Dia Internacional da Luta Campesina teve inúmeras atividades em diversos pontos do planeta. Um exemplo é o que passou de 14 a 15 de abril na localidade de Pérez Zeledón, na Costa Rica, onde foi realizado o encontro “Para onde vai o Sul”.
Este espaço de reflexão teve cinco temas prioritários: o acesso à terra e a moradia, a soberania alimentar, a condição das mulheres no campo, as monoculturas e os megaprojetos.
O encontro foi organizado pela Rede de Mulheres Rurais, o Grupo Tinamaste, a Coordenadora Sul- Sul, a FEUNA e a Cátedra de Desenvolvimento Rural da Universidade Nacional, onde as grandes protagonistas foram as mulheres do campo.
O correspondente da Rádio Mundo Real na Costa Rica, Henry Picado, aproveitou a oportunidade para conversar com várias mulheres rurais que foram a atividade.
Por exemplo, dona Esperanza Jurado, do Território Indígena Terraba, destacou a necessidade de se solidarizar e se organizar em função das lutas que estão realizando tanto comunidades indígenas como camponesas contra múltiplos megaprojetos que ameaçam seu território.
Por sua vez, Denia Monge falou sobre o trabalho que foi realizado em uma das mesas de debate dedicada às ameaças. A camponesa destacou a construção de infraestruturas, como no caso do projeto hidrelétrico Diquis, o aeroporto internacional, a instalação da indústria de atum na zona de Osa, investimentos hoteleiras milionárias que poderiam despejar comunidades pesqueiras e camponesas, a especulação imobiliária turística e a expansão de monoculturas como palma africana e o abacaxi.
A camponesa acrescentou que “se for feita uma análise de custo-benefício para as comunidades percebemos que em nenhum momento (os megaprojetos) são beneficiosos para as comunidades”.
Para Flor Quiros Blanco, de Siquirres, uma das problemáticas mais importantes que atacam as mulheres camponesas da Costa Rica é a expansão das monoculturas, especialmente o cultivo de abacaxi. Conforme ela, esta atividade tem crescido 600% nos últimos 9 anos.
A ativista desta organização do campo considera muito importante a difusão de informação nas comunidades atingidas pela monocultura. É por isso que comentou sobre a produção de materiais impressos realizados por elas mesmas para informar à população rural sobre as consequências que traz a monocultura desta fruta.
A Rede de Mulheres Rurais denunciou que o Estado costa-riquenho não tem consultado de forma adequada às organizações camponesas em relação ao Projeto de Lei de Transformação do Instituto de Desenvolvimento Agrário, que agora passará a ser o Instituto de Desenvolvimento Rural. Consideram que esta modificação provocará consequências negativas para as pessoas do campo, tirando os camponeses do direito à terra, e também aumentando a apropriação de terras por parte de grandes empresas.
Por sua vez denunciam que funcionários do Instituto de Desenvolvimento Agrário fazem chantagem e assédio sexual com as mulheres camponesas e que além disso negam-lhes o direito à terra pelo fato de serem mulheres. “A proposta é que como mulheres campesinas, como mulheres indígenas, seja reconhecido o direito ao trabalho das mulheres”, indicou uma das organizadoras do evento.
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