No entanto, o campesinato mendocino sofre essa o oposto dessa imagem que tem podido “vender” Mendoza ao mundo para beneficio de poucas e grandes empresas.

A luta pela água que esses mesmos consórcios concentram ao mesmo tempo que a terra, pela produção sustentável, pela industrialização e comércio justa desses produtos são o dia a dia da União de Trabalhadores Rurais Sem Terra (UST) mendocina, integrante do Movimento Nacional Camponês e Indígena argentino, que acaba de celebrar seu primeiro Congresso em Buenos Aires.

Verónica Maturano, uma das porta-vozes dessa província em entrevista com Rádio Mundo Real falou do que deixou este Congresso, realizado na localidade de Esteban Echeverría, Buenos Aires.

“Nossos principais problemas nos territórios são a enorme concentração de água e a posse de terras por parte das grandes empresas”, explica Verónica.

“Se alguém estiver usando o horário de irrigação das grandes fazendas e o for encontrado, tem tapado com cimento os canos de água e nos forçam a abandonar nossas chácaras”, diz Verónica.

Também contou a experiência de produção de vinhos camponesas a partir da moenda do que é produzido nas parreiras de cada casa.

Há sete anos, a UST enfrentou o desalojamento de uma família que havia habitado o lugar por gerações, enfrentando as retro-escavadeiras com o trabalho organizado de alertas e bloqueio de estradas.

“Vivemos isto como uma vitória já que conseguimos com marchas e mobilizações, que àqueles companheiros que haviam querido ser desalojados, recebessem 38 hectares e a ampliação do canal de irrigação para poder produzir”, conta a militante camponesa, presente no congresso de sua organização nacional.

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