No que vai de 2010 esta empresa tem sido forçada por ordem judicial a deter sua atividade. Por que? Porque existem fortes evidências da participação de Black Fire no assassinato de Mariano Abarca, morador de Chicomuselo e referente da luta que levou inclusive a bloquear as vias por onde a empresa transportava seu mineral em gigantescos veículos de 70 toneladas de barita cada um.

O crime foi em novembre de 2009 e a víctima foi premeditadamente escolhida. Abarca foi a voz do movimento de resistência, chegando inclusive até o Congresso da União mexicana para denunciar os atropelos da mineradora em sua comunidade e terrenos comunais próximos, quase na fronteira com Guatemala.

Antes do assassinato tentaram de tudo: ameaças, subornos, causas penais que levaram a Mariano Abarca a passar temporadas atrás das grades. Mas não descansaram em sua luta.

Os autores materiais do assassinato já foram processados, são funcionários da Black Fire. O filho de Abarca, José Luis, Doutor em Leis, que junto a sua mãe e irmãos vivem sob custódia policial, afirmou à Rádio Mundo Real que “somente a empresa poderia ter pago por este crime”. A justiça mexicana investiga agora quem foi o autor intelectual do crime.

Precisamente aguarda-se para estes dias a chegada a Chicomuselo de uma delegação de organizações, sindicatos e jornalistas canadenses, numa missão organizada pela Rede Mexicana de Atingidos pela Mineração (REMA).

Na entrevista realizada em sua casa em Chicomuselo, José Luis conta a quantidade de prejuízos que trouxe a chegada da mineradora à região, violando direitos ambientais e humanos.

“A situação piora com o trânsito de veículos pesados com um material tóxico que tem envenenado escolas, hospedagens e gados”, indica José Luis Abarca.