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23 de Novembro de 2010 | Notícias | Direitos humanos
Os amigos de Lobo
Organizações rejeitam presença de Uribe Vélez em Honduras, porque “ofende a dignidade” do povo
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"É claro que se Hitler ressuscitasse, o honorável Congresso Nacional de Honduras também o condecoraria”. Este foi o pronunciamento da Organização Fraternal Negra Hondurenha (OFRANEH), em ocasião da visita do ex-presidente direitista da Colômbia, Álvaro Uribe, que foi recebido com honras pelo regime golpista de Porfirio Lobo.
As organizações populares de Honduras indicaram que chegada de Uribe representa uma ofensa à dignidade do povo e à soberania nacional.
“Fica claro que os golpistas estão dando um reconhecimento aos que têm apoiado o Golpe de Estado; e é uma contradição, porque em Honduras se diz que se está luchando contra o narcotráfico, mas estão reconhecendo um narcotraficante, conforme dados desclassificados da CIA”, lamentou nesta segunda-feira Juan Barahona, sub-coordenador geral da Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP).
A reunião entre Lobo e Uribe –onde obviamente falou-se sobre segurança e luta contra o crime organizado- foi realizada dias depois de que as organizações anti-golpistas de Honduras denunciassem os vínculos de grupos paramilitares colombianos com os episódios de violência na zona de Bajo Aguán.
Cabe lembrar que no dia 15 de novembro cerca de 200 guardas de segurança contratados pelo produtor de palma Miguel Facussé assassinaram cinco dirigentes do Movimento Camponês de Aguán (MCA).
“O sangue dos massacrados está fresca, e o para-militarismo estipulado em Bajo Aguan, tem a assinatura de Uribe e seu modelo palmeiro”, afirma a FNRP em seu site.
Por isso, a condecoração que recebeu Uribe do Congresso Nacional representa uma “piada aos direitos humanos”, e parece um “ato premeditado” para exaltar as fissuras existentes neste abatido país centro-americano.
