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25 de agosto de 2010 | | |

O corpo como território

Milhares de mulheres dizem "não" à militarização na Colômbia

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Na segunda-feira passada, terminou um encontro na Colômbia cujo objetivo era “tornar visíveis os múltiplos efeitos da guerra na vida das mulheres e dos povos”, construindo propostas coletivas e unitárias de paz para a América Latina.

O “Encontro de mulheres e povos das Américas contra a militarização”, foi convocado pelo Movimento Social de Mulheres contra a Guerra e pela Paz, a Marcha Mundial das Mulheres, a Via Campesina, Processos de Comunidades Negras e a União Sindical Operária, entre várias organizações e movimentos.

Na convocatória ao encontro, afirmava-se que “A militarização dos territórios tem acarretado a perda da soberania, a autonomia e a auto-determinação dos povos, tornando-se uma ameaça para o continente. O projeto de morte se expande através da invasão militar do território por meio das bases militares dos EUA na Colômbia e o continente, como instrumento de intervenção militar para o controle político, econômico e social”.

E acrescentava: “Historicamente as bases militares têm servido para invadir territórios estratégicos por sua localização geopolítica e as riquezas naturaiss que estão, muitas vezes, nos povos milenares, afrodescendentes e camponeses. Estas bases militares também promovem a prostituição com a regulação de casas oficiais que sirvem como ’entretenimento’ aos soldados, mas as mulheres nos representam escravidão sexual e outros tipos de violência, como os feminicídios”.

Por isto, as mulheres de diversas organizações e movimentos foram convocadas a participar deste grande encontro, que começou no dia 16 de agosto, com o objetivo se mobilizarem pela vida, a autonomia, e a soberania de seus corpos e territórios.

“Chamamos às redes continentais e mundiaiss que lutamos pela dignidade e a vida para que continuemos tecendo juntas e juntos as alternativas a partir do avançado em anteriores encontros hemisféricos e contra as bases militares realizados no continente, contra a militarização; para seguir adiante no fortalecimento unitário desta iniciativa e propostas existentes que encaminham à construção do mundo mais equilibrado e justo”, indicava a convocatória, e acrescentava: “Chamamos nossos companheiros e companheiras a participar e se solidarizar em nossa luta comum pela saída política negociada ao conflito social e armado que vive nosso país, bem como a levantar juntos e juntas nossas vozes contra as bases militares dos Estados Unidos na Colômbia e em nossa América”.

No encerramento do encontro foi realizada uma ação política pública denominada “Vigilia pela vida”, onde três mil mulheres de 18 países da América e da Europa partiram em caravana da cidade de Barrancabermeja até a base militar de Palanquero, situada no município de Puerto Salgar, Cundinamarca.

Ali foi lida uma proclama sobre o tema militarização, e logo foi realizado um ritual ecumênico e apresentações artísticas.

Foto: Minga Informativa de Movimientos Sociales

(CC) 2010 Radio Mundo Real

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