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3 de Maio de 2011 | |

Níveis de consciência

Organizações de Panamá impulsam “movimento independente” contra “avançada neoliberal” de Martinelli

Nos últimos meses, em Panamá, tem aumentado as protestas das das comarcas indígenas Ngäbe Bukle e das organizações camponesas nas províncias de Bocas del Toro, Chiriquí e Vareguas. O ponto central das demandas é claro: as organizações de base panamenhas têm de acumular forças para por um freio às políticas neoliberais do presidente Ricardo Martinelli.

Nesse enquadramento nasceu há algumas semanas o Movimento Independente Ngäbe Bukle e Camponês, no qual participam outras organizações já consolidadas como a União Camponesa Panamenha – formada em 2008 e integrante da CLOC/Via Camponesa, e o Frente Nacional pela Defesa dos Deireitos Econômicos e Sociais (Frenadesco na sigla em espanhol).

O dirigente Erick Fernández, da União Camponesa Panamenha, explicou após a reunião fundacional do movimento que o maior objetivo desse espaço é melhorar a coordenação entre as organizações que tem coincidido em lutas recentes, entre elas a rejeição à reforma do código mineiro.

Fernández advertiu numa entrevista realizada por Frenadeso Notícias, que o aumento do militarismo e da repressão governamental se tem visto em “projetos de morte” relacionados à grande mineração, às represas hidroelétricas e aos empreendimentos turísticos que afastam povos originários.

A origem empresarial do presidente panamenho pode explicar muitas das suas posições. Martinelli consolidou sua posição econômica como dono de uma das maiores cadeias de supermercados do país, Super 99, e se tem relacionado como acionário de empresas como a açucareira La Victoria, a fábrica de plásticos Plastigol e vários meios de comunicação panamenhos.

Na resolução do primeiro encontro do Movimento Independente Ngäbe Bukle e Camponês vem à tona outros assuntos da realidade socioeconômica de Panamá, como o aumento do custo de vida, o aumento das passagens do transporte público, um sistema de saúde inexistente com suas “seqüelas de morte”, a ausência de escolas, as situações de desnutrição, a falta de fontes de trabalho e de apoio a projetos produtivos.

“Essa situação sempre esteve e está relacionada aos sucessivos governos que tem administrado o Estado panamenho, e o governo do Cambio Democrático presidido por Ricardo Martinelli não é a exceção. Isso apressenta a necessidade urgente de elevar os níveis de consciência e de organização independente do conjunto de setores que conformam o movimento popular”, opinou o novo grupo político, segundo se afirma no portal de Frenadeso.

Foto: http://www.flickr.com/photos/intera...

(CC) 2011 Radio Monde Réel

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