21 de junio de 2012 | Noticias | Cumbre de los Pueblos en Rio+20 | Anti-neoliberalismo
Na manhã desta quinta-feira 21 de junho teve uma cor diferente nas rua do centro do Rio de Janeiro: preparava-se uma jornada histórica onde a mobilização de diversas organizações chegou a fazer se ouvir em pleno stand de uma das corporações brasileiras mais comprometidas com o procesos de descampesinização do meio rural do Brasil: a Confederação Nacional da Agricultura (CNA).
Embora foi uma ação de organizações do Brasil que fazem parte da Vía Campesina (Movimento de Mulheres Camponesas, Movimento de Atingidos por Barragens, Trabalhadores Sem Terra e Movimento de Pequenos Agricultores), tanto a mensagem como a participação incluiram organizações internacionais que estão presentes na Cúpula dos Povos contra a mercantilização da natureza.
A mensagem foi clara: além dos governos, as corporações transnacionais e os capitais financeiros que se apropriam de terra, água e biodiversidade através de patentes e biologia sintética, são as verdadeiras forças que expulsam a população camponesa e indígena, substituindo-as por sistemas extensivos empresariais e lucrativos.
O modelo é “agricultura sem agricultores” e era o que refletia uma maquete colocada em um stand da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) como parte dos espaços da Cúpula Rio+20 na zona portuária do Rio: era uma representação de uma “fazenda ideal” com maquinária para aplicação de agrotóxicos, grandes extensões de monoculturas, florestamento, pecuária, tudo isso sem pessoas como parte dessa unidade produtiva.
O significado dessa “fazenda ideal” foi criticado na rua pela mobilização, que apontou ainda que a CNA, articulação dos agronegócios do Brasil, conta com um grande prontuário de criminalização e assassinatos de camponeses e camponesas que resistem em suas terras.
Enquanto a marcha continuava, no espaço da CNA outro grupo de integrantes de organizações sociais cercaram o “modelo” expressando que trata-se de um esquema excludente que não resolve a produção de comida sã e suficiente, assim como tampouco permite a vida digna no campo para as maiorias.
A marcha partiu da Praça Candelária passando pelo caminho da zona portuária carioca que está em pleno processo de reconstrução por causa dos eventos que espera receber a cidade como a Copa do Mundo de Futebol ou os Jogos Olímpicos. Foi então que desde várias construções e indústrias os operários saudavam os lemas das organizações da Via Campesina, como: “enquanto houver fome, enquanto houver guerra, a Via Campesina continuará lutando pela terra”.
Rápidamente a zona ficou repleta de policiais que tentaram isolar a marcha e evitar que los cerca de dois mil marchantes chegassem ao prédio onde com grande esbanjamento divulgavam-se as “virtudes” do agronegócio através do stand conhecido como Agro-Brasil.
No entanto, pacíficamente, a marcha decidiu ocupar a esplanada de acesso ao stand e se unir aos que desde dentro também rejeitavam o modelo da CNA ao mesmo tempo que registravam o que ali acontecia.
Diante disso alguns policiais agrediram com cacetetes os manifestantes, e alguns deles/as tiveram que ser atendidos pela brigada médica ao perder o conhecimento.
No entanto, a mobilização terminou de forma pacífica e ficou clara a distância que separa a Rio+20 e as falsas soluções da “economia verde”, das verdadeiras soluções que têm desenvolvido os movimentos organizados no campo e na cidade.
Após a mobilização, os participantes voltaram à zona do aterro do Flamengo para retomar o trabalho de assembleia da Cúpula dos Povos.
Veja a galeria de imagens da mobilização da Convergência de Meios de Comunicação dos Movimentos Sociais.
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