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19 de Outubro de 2011 | |

Mulheres pela água

Debate sobre a gestão de bacias e territórios no Uruguai

Cerca de 30 representantes de produtores familiares do Uruguai, organizações sociais, governo nacional e mulheres rurais participaram na terça-feira de uma atividade-oficina denominada “Bacías hidrográficas e gestão territorial”, realizada na cidade de Florida.

Com autoridades do governo do departamento de Florida como anfitriões, a atividade foi feita na Sociedade de Produtores de Leite floridense e foi organizada pela Rede de Grupos de Mulheres Rurais do Uruguai, o Programa Uruguai Sustentável, REDES – Amigos da Terra Uruguai, a Comissão Nacional em Defesa da Água e da Vida (CNDAV) e a Direção de Desenvolvimento Sustentável da Intendência (Prefeitura) Municipal de Florida.

A jornada de trabalho foi realizada nos marcos do “Outubro Azul”, mês de celebrações onde movimentos e organizações sociais de diversas partes do mundo reivindicam o direito humano à água. Os ativistas tomam o plebiscito da água de outubro de 2004 no Uruguai como um marco histórico de importância mundial. Nesta instância de consulta popular, a cidadania uruguaia decidiu que sua Constituição deveria estipular que a água é um direito humano fundamental e que os serviços de água e saneamento no país têm que ser fornecidos por empresas públicas.

Em um comunicado a organização ambientalista REDES – Amigos da Terra Uruguai manifestou: “é necessário identificar preocupações, alternativas e oportunidades sobre os diversos usos do solo no país, os conflitos territoriais existentes (com a forte presença de agronegócios) e as consequências que eles têm para nossas bacías”.

“A existência de água nos territórios e portanto sua disponibilidade para o uso humano, tanto em quantidade quanto em qualidade, depende essencialmente do manejo sustentável dos ecossistemas. Definir como vai ser realizado esse manejo, é agora uma responsabilidade de todos os cidadãos uruguaios”, afirmava-se no comunicado.

Radio Mundo Real entrevistou ali uma representante da Rede de Grupos de Mulheres Rurais do Uruguai, Yolanda Martínez.

Ela manifestou preocupação porque “a água está diminuindo” em algumas zonas do país e porque “não temos muita informação” sobre alguns processos de contaminação do recurso com agrotóxicos.

A pressão dos agronegócios, principalmente da soja e das monoculturas de árvores, sobre o solo e a água foi uma questão que surgiu várias vezes na atividade de ontem em Florida. “O florestamento está nos absorvendo a água, em muitos pontos do país os poços de água estão secos, as vertentes têm desaparecido”, disse Martínez. “Uma árvore adulta consome cerca de 600 litros de água por dia”, disse, segundo informação do doutor em Ciências Agronômicas Marcel Achkar, professor da Faculdade de Ciências da Universidade da República, integrante de REDES – AT e do Programa Uruguai Sustentável.

A representante da Rede de Grupos de Mulheres Rurais do Uruguai considerou que a água é tão importante para as pessoas do campo (por sua dedicação à produção) quanto para os habitantes das cidades. No entanto, considerou que às vezes a população das cidades “parece não ter tanta inquietude” e disse que é “difícil” embora necessária, a integração campo-cidade.

Martínez também manifestou sua preocupação com a contaminação que podem provocar os estabelecimentos de engorda de gado em currais (feedlots) que existe no país, se os resíduos dos animais vão parar na água.

Finalmente, disse que existem os mecanismos e canais para que a Rede de Grupos de Mulheres Rurais do Uruguai chegue ao poder político com suas propostas, o que tem ocorrido várias vezes, mas que é “muito difícil que nos prestem atenção”. “Estamos sempre defendendo nossos direitos, para que nos vejam como trabalhadoras com inquietudes, que estejamos no meio rural não quer dizer que não tenhamos inquietudes ou conhecimentos, sempre tentando nos capacitar cada dia mais”, concluiu Yolanda.

Foto: Rádio Mundo Real

(CC) 2011 Radio Monde Réel

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