20 de abril de 2010 | Noticias | Conferencia de los Pueblos sobre el Cambio Climático | Justicia climática y energía
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Uma nova edição da Assembléia dos Movimentos Sociais foi realizada nesta segunda-feira em Cochabamba, Bolívia, com um forte ênfase na necessidade de trabalhar unidos rumo à COP 16 de Mudança Climática em Cancún, México, para combater a primeira e principal causa da mudança climática, o sistema econômico capitalista.
As diversas organizações, movimentos e redes sociais reunieram-se na manhã deste segunda-feira, antes de que comece oficialmente a Conferência Mundial sobre Mudança Climática em Cochabamba. Jubileu Sul, a Aliança Social Continental, a Via Campesina, a rede Nosso Mundo não está à Venda, Amigos da Terra, a Rede Brasileira pela Integração dos Povos, são apenas algumas das entidades sociais que estiveram presentes.
Antes da assembléia a Via Campesina realizou uma mística, criando um clima apropriado para que todos os ativistas participassem da atividade. Vários representantes sociais fizeram apresentações na plenária para logo dar um espaço para quem quisesse fazer uso da palavra. Finalmente a Assembléia decidiu voltar a se reunir nesta quarta-feira para definir as pautas de ação rumo a Cancún.
Durante sua fala na plenária, o cubano Joel Suárez, da Convergência de Movimentos Populares das Américas (COMPA), falou sobre as origens do processo desta reunião dos movimentos sociais. Afirmou que em duas reuniões em janeiro, em São Paulo e em Porto Alegre, houve consenso de que o mundo assiste uma crise sistémica do capitalismo, um modelo “racista, patriarcal e xenofóbico”, que busca sair da crise através “das guerras e super explorando os recursos naturais como a água e a biodiversidade”.
Por sua vez, Sebastián Valdomir, representante da Amigos da Terra Internacional, manifestou que em São Paulo os movimentos sociais caracterizaram o ano de 2010 “como um ano fundamental para a luta”. “Um dos lugares de batalha é o debate multilateral sobre mudança climática”, considerou o ambientalista uruguaio. Explicou que nas negociações oficiais sobre o clima, nos marcos da ONU, os países industrializados colocam os seus interesses por cima dos do mundo, e que a Assembléia foi organizada para colocar acima os enfoques dos povos. Sebastian afirmou que no processo rumo a Cancún é necessário ter muitos momentos como o da Assembléia, mas destacou “um acordo inicial básico: o sistema capitalista é a principal causa da mudança climática”. O integrante da Amigos da Terra rejeitou as falsas soluções à crise do clima e propôs à Assembléia que seja feito um chamado à ação, “para colocar as pessoas nas ruas” antes e durante a COP de Cancún.
Já o coordenador internacional da Via Campesina, o indonésio Henry Saragih, considerou que a reunião em Cochabamba é importante “para continuar a luta pelas alternativas dos povos e as soluções reais à mudança climática”.
Acrescentou que a soberania alimentar é uma das principais soluções e apostou à solidariedade internacional dos movimentos para criar alternativas viáveis.
Por sua vez, Alberto Gómez, da União Nacional de Organizações Regionais Camponesas Autônomas do México (UNORCA), e da Via Campesina desse país, disse que ali estão sendo criadas comissões de trabalho visando a cúpula oficial de Cancún. Explicou que a idéia da Via Campesina é gerar trabalho, fóruns paralelos, marchas e mobilizações conjuntas em todo o país, e não só em Cancún. Para Alberto, “a COP 16 deve significar para a Vía Campesina movimentos massivos no México e em nível global”.
Produção da Rádio Mundo Real e Radioagência Notícias do Planalto.
Foto: RMR e RNP
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