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21 de Novembro de 2012 | Entrevistas | Anti-neoliberalismo | Bosques e biodiversidade | Direitos humanos | Soberania alimentar
Nesta semana o Bloco Verde (organização que reúne movimentos ecologistas) sairá às ruas para protestar contra a intenção de liberar quatro variedades de milho transgênico propriedade de duas empresas: Semillas del Trópico e Delta & Pine S.A subsidiária da transnacional Monsanto. No pedido apresentado à Comissão Técnica Nacional em Biossegurança (CTNBio) está a introdução das variedades de milho transgênico MON-88017, Milho MON-89034, Milho MON-603 e Milho MON-00863-5.
Diante disto, diversos setores acadêmicos, estudantis e camponeses somam-se às vozes de repúdio contra esses pacotes biotecnológicos. Dentre elas, é possível destacar a carta do Dr. Felipe Arauz, Decano da Faculdade de Ciências Agroalimentares da Universidade da Costa Rica, que tem manifestado publicamente que permitir a entrada de milho transgênico colocaria em risco não apenas a saúde das pessoas, como também as variedades nativas e camponesas deste cultivo deste país centro-americano. Na carta pede ainda à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança rejeitar esse pedido concluindo “que os únicos beneficiados seriam duas empresas nacionais e uma transnacional em detrimento dos agricultores nacionais”.
Por sua vez, organizações convocadas pelo Bloco Verde fazem um chamado a CTNBio para que evite uma decisão precipitada. “Devem ser analisadas a profundidade todas as consequências que acarreta a liberação destas sementes na Costa Rica. Plantar milho transgênico no centro de origem mesoamericano é um ato de agressão corporativa que desemboca na perda de nossa diversidade e nosso patrimônio agrícola cultural”, manifestam os convocantes.
Esta tecnologia denominada Bt e Roundup Ready, produz desconfiança no setor ambiental devido a que tem se comprovado sua relação com o surgimento de diferentes tipos de câncer como informou o Comitê de Pesquisa e de Informação Independente sobre Genética (CRIIGEN) da Universidade de Caen na França em setembro passado.
Rádio Mundo Real entrevistou Fabián Pacheco, agrônomo e integrante da Rede por uma América Latina Livre de Transgênicos, que anuncia “a passeata em defesa de nosso milho” que começará no dia 25 de novembro percorrendo todo o país desde Matambú, Guanacaste, no norte da Costa Rica, chegando no domingo 2 de dezembro à capital, San José exigindo negar qualquer licença de liberação de milho transgênico.
Pacheco afirmou que ainda estão sendo coordenadas outras ações para estas datas relativas à Mobilização em Defesa do Milho. Para o dia 2 e 3 de dezembro se espera um ato cultural e vigília em frente ao Ministério de Agricultura e Pecuária da Costa Rica, onde a CTNBio decidirá o futuro do pedido da transnacional.
Devido ao caráter de autogestão desta atividade, Pacheco chama à solidariedade econômica para o desenvolvimento desta mobilização e convida a se unir às vozes de repúdio às sementes transgênicas.
Por último, o agrônomo destacou que uma decisão como a entrada ou não de OGM (Organismos Geneticamente Modificados) não deve ser tomada de portas fechadas. “Cremos que isto deve ser um debate nacional devido a que há uma enorme incerteza sobre quais serão os impactos sobre a população em geral e sobre as variedades camponesas de milho existentes no país. Diante disto o Bloco Verde chama novamente às ruas para que as sementes continuam crescendo em rebeldia".
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