Na segunda-feira passada, cerca de um milhão de metros cúbicos de “lama vermelha” -um barro tóxico derivado da produção de alumínio- se escaparam de uma dique de contenção da fábrica, atingindo centros povoados e contaminando vários rios, dentre eles o Danubio.

Além disso, a lama causou a morte de oito pessoas e provocou feridas em 123, conforme a agência Reuters.

A organização ambientalista Greenpeace afirmou em rodada de imprensa celebrada na semana passada em Áustria, haveria encontrado níveis “surpreendentemente altos” de arsênico e mercúrio nas amostras de barro que analisou após o desastre, o que poderia causar um dano prolongado no ambiente e na população, já que o arsênico causa problemas no sistema nervoso.

Por outro lado, a seção europeia da organização ambientalista Amigos da Terra emitiu uma declaração onde indicava que muito frequentemente vemos desastres desta natureza, e que ainda assim as corporações continuam se opondo a adotar regulações ambientais, de saúde e de segurança.

“As corporações dizem que os custos são muito altos, mas o custo real de uma regulação frágil é evidente para todos”, indica o comunicado.

Apesar de o Escritório Nacional de Pesquisadores de Hungria ter acusado hoje de negligência Zoltán Bakonyi, ex-diretor de MAL, por não ter tomado "as decisões para proteger a vida, a integridade e a propriedade, necessárias em caso de semelhantes catástrofes", e decretou-se a detenção cautelar dele, e decidiu-se que a empresa volte a funcionar neste fim de semana.

O primeiro ministro húngaro, Viktor Orbán, anunciou que "a empresa responsável da catástrofe deve ser colocada sob o controle do Estado", pelo que ela voltará a funcionar mas dentro da órbita estatal. Conforme as autoridades húngaras, esta decisão foi tomada para manter os postos de trabalho dos operários da empresa, que são cerca de 3000.

Teriam sido tomadas todas as medidas necessárias para impedir uma segunda avalanche de lama vermelha.

Foto: http://www.boston.com/bigpicture

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