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5 de Agosto de 2010 | Notícias | Foro Social de las Américas 2010 | Anti-neoliberalismo | Soberania alimentar
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Os movimentos camponeses do Haiti estão nas ruas para denunciar que a suposta filantropia da corporação Monsanto não é mais do que uma fachada para fazer negócios no futuro, e estão dispostos a que sua luta seja ouvida em todo o mundo.
Militantes do MPP (sigla em francês para Movimento Camponês Papaye), que faz parte da Via Campesina, contarão a história desta resistência contra a sementeira estadunidense no Fórum Social das Américas, que será realizado de 11 a 15 de agosto em Assunção, a capital do Paraguai.
Um dos principais referentes do MPP, Chavannes Jean-Baptiste, esteve há algumas semanas em Washington, e ali questionou a doação da Monsanto ao governo do Haiti de 475 toneladas de sementes transgênicas, depois do terremoto do dia 12 de janeiro.
Fez isto diante de representantes da USAID ( sigla em inglês para Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional), que financia o projeto Winner, com o qual pretende efetivizar a entrega de sementes a dez mil camponeses.
“Os donativos da Monsanto são um ataque contra a agricultura camponesa e nossa biodiversidade (…) Monsanto se aproveita do terremoto para entrar no mercado de sementes do Haiti”, disse Jean-Baptiste.
E depois perguntou: “Por que os produtos biológicos são bons na Califórnia e não no Haiti? As sementes híbridas devem ser comprados todos os anos, e vão eliminar as sementes locais, que existem há mais de dois séculos, e farão dependentes aos camponeses da agroindústria”.
Essas declarações eram feitas enquanto cerca de vinte mil camponeses marchavam pelas ruas do Haiti para expressar seu descontentamento com o “presente envenenado” da Monsanto, que se encarregou de informar à imprensa que os produtos doados custam quatro milhões de dólares.
Durante essa mobilização, referentes do MPP alertaram que existe uma escassez de sementes entre os produtores familiares, já que a maioria delas foi utilizada para alimentar os refugiados.
Os executivos da Monsanto explicaram que a decisão de presentear as sementes levou poucos dias depois do sismo, e nos marcos do Fórum Econômico Mundial na cidade suíça de Davos, que todos os anos convoca os políticos e empresários mais poderosos do planeta.
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