19 de julio de 2012 | Noticias | Tribunal Internacional Popular de Salud - Guatemala | Derechos humanos | Industrias extractivas
Análises clínicas realizadas em moradores de Valle de Siria, departamento de Francisco Morazán, Honduras onde opera a mineradora canadense Goldcorp, demostraram que muitas pessoas têm altos níveis no sangue de metais pesados como arsênico e chumbo.
Na comunidade de El Pedernal mais de 50 porcento da população está doente. Na de Palo Ralo existe uma situação similar. Foi o que denunciou à Rádio Mundo Real* a ativista Reina Gamero, do Comitê Ambiental de Valle de Siria, nos marcos do Tribunal Popular Internacional de Saúde realizado no fim de semana passado no município guatemalteco de San Miguel Ixtahuacán, departamento de San Marcos.
As análises clínicas de moradores de Valle de Siria foram realizadas na Colômbia, a pedido do governo hondurenho, pressionado pelas organizações sociais locais.
O Tribunal de Saúde, não vinculante, denunciou os abusos da Goldcorp em zonas da Guatemala, Honduras e México. No caso de Valle de Siria, onde está a mina “San Martín”, a empresa não cumpriu os requisitos “de segurança para a comunidade ou para os empregados”, denunciou Reina Gamero. Existem ex-empregados de Goldcorp também com problemas de saúde.
Um dos casos mais tristes é justamente o de um ex-operário da companhia, cuja função era queimar embalagens de cianeto. Hoje tem leucemia e não recebeu indenização alguma da empresa, apesar de ter se contaminado e adoecido durante seu período de trabalho ali, alertou Gamero. A Goldcorp “somente despediu ele”.
A ativista do Comitê Ambiental de Valle de Siria destacou várias vezes que o grupo preferiria não ter tantos elementos para denunciar a Goldcorp. É que esses elementos existem porque há várias comunidades doentes, “não nos gabamos disto”, afirma Reina. “É doloroso, porque não queremos ter doentes em nossas comunidades, mas temos”, disse a ativista que espera que o governo de seu país leve em conta a sentença do Tribunal de Saúde “para o bem-estar de nossos povos”.
O Júri do Tribunal, integrado por pessoas reconhecidas internacionalmente por seus trabalhos em diversas áreas, dentre elas a de saúde, exigiu no domingo que a Goldcorp suspenda todas suas operações na América Central e garanta que seus estragos na Guatemala, México e Honduras.
Entre outras decisões, os juízes exigiram que os Estados “cumpram e façam cumprir as legislações nacionais em vigor, bem como os convênios internacionais, particularmente garantindo as normas sobre consentimento prévio, livre e informado”.
* Entrevista realizada por nossa colaboradora Grace García, de COECOCEIBA – Amigos da Terra Costa Rica.
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