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24 de Junho de 2010 | Notícias | Anti-neoliberalismo | Direitos humanos
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Neste domingo, uma operação conjunta entre polícias, forças especiais de choque e guardas de segurança de uma empresa culminou com o assassinato de um campesino de 17 anos e a prisão de outros cinco, na fazenda La Aurora no Vale do Aguán Hondurenho (Estado de Colón). Os trabalhadores rurais haviam sido assentados nesta fazendo pelo Instituto Nacional Agrário.
O Movimento Unificado dos Campesinos de Aguán (MUCA) condenou a continuidade da repressão na zona, e recordou que esta fazenda é uma das cinco que o governo de Porfírio Lobo entregou aos campesinos por meio de um acordo assinado em abril.
Integrantes do batalhão Cobra, da polícia preventiva e guardas de segurança da empresa Orión entraram domingo na fazenda La Aurora com o objetivo de desalojar as famílias ali assentadas, durante a operação assassinaram o jovem Oscar Geovanny Ramírez.
Os cinco campesinos capturados foram acusados de associação ilícita e porte ilegal de armas. O MUCA aponta a falsidade das acusações.
Segundo informa a Prensa Latina, o documento assinado entre o governo de Honduras e os Campesinos do MUCA determina a entrega de 3.000 hectares semeados de palma africana e 3.000 sem cultivo.
A administração de Lobo se comprometeu ainda a entregar-lhes 5.000 hectares no prazo de um ano, com a condição de que “não sejam nunca garantia de negócios ou vendidas em nenhuma circunstância”.
A seção de Honduras da organização internacional Food First Information and Action Network da fé , mediante um comunicado que veio a público domingo, que as vinte e quatro organizações afiliadas ao MUCA se retiraram de suas respectivas fazendas para cumprir o acordo.
Atualmente se encontram concentrados nas cinco fazendas entregues (La Lempira, La confianza, La Aurora, La concepción y Camarones), aguardando a entrega do total de 11.000 de hectares prometidos.
Os campesinos alertam que se encontram em uma área cedida pelo governo como parte de um acordo, e, assim sendo, as forças de segurança não deveriam ingressar em seus prédios, muito menos distribuindo tiros.
“Quando as vinte e quatro organizações afiliadas ao MUCA subscreveram ao acordo, entenderam que terminariam as agressões da polícia e particulares armados, ao contrário do que indica os acontecimentos atuais”, assinalam os campesinos em um comunicado que circulou nesta segunda-feira.
Dezenas de famílias têm sido desalojadas nos últimos meses por efetivos do exército e polícia apesar da existência do acordo.
Tais operações contam com o apoio dos guardas privados dos proprietários de terras René Morales e Miguel Facussé.
O MUCA responsabiliza a Miguel Facussé pelo assassinato de domingo, assim como a Lobo e seu Ministro de Segurança, Oscar Alvarez.
Facussé, produtor palmero, se coloca contra o acordo firmado entre o governo e os campesinos, e tem buscado deslegitimar publicamente o acordo.
O jovem assassinado é a sétima vítima fatal dentre os integrantes do MUCA desde que retomaram seu processo de recuperação de terras em dezembro de 2009.
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