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20 de febrero de 2013 | | | |

Guardiães das lagoas

Peru: camponeses resistem a projeto minerador “Conga” em Cajamarca

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A longa luta de povos camponeses e indígenas no Peru contra o projeto minerador Conga tem ultrapassado fronteiras e em 2012 mobilizou esse país andino. Para este ano tem-se anunciado uma consulta comunitária sobre a viabilidade desse projeto.

Trata-se do maior projeto de extração de ouro da América do Sul, onde a principal empresa é Yanacocha, cujos capitais são em sua maioria propriedade de Newmont Mining Corporation (51.35% das ações) com sede em Denver, EEUU, a peruana Cia. de Minas Buenaventura (43.65%), bem como a International Finance Corporation (IFC) (5%).

A ação do projeto centra-se em Cajamarca, a cerca 800 quilômetros ao nordeste de Lima, a cidade capital, em uma zona limitada por quatro bacias: Quebrada Honda, Rio Chonta, Rio Porcón e Rio Rejo.

Uma das zonas mais atingidas por este projeto minerador é El Tambo, região de grande presença de camponeses, produtores de alimentos básicos como batatas, leite ou milho. A forma comunal de organização dos camponeses e camponesas nesta região é a de “ronderos”, surgida na década dos 70 para a defesa dos territórios e que atualmente, diante da ameaça transnacional, tem adquirido forte protagonismo.

Amigos e inimigos

Manuel Ramos Campos, rondero de El Tambo disse à Rádio Mundo Real* que o projeto Conga vai desaparecer mais de 27 lagoas em 67 hectares de espelhos d’água, incluindo dois importantes rios da região. Manuel é o encarregado de organização da Frente de Defesa de El Tambo e denuncia que a empresa busca substituir as fontes naturais de água das comunidades por reservatórios artificiais.

“Não há nenhuma parte no mundo em que os açudes substituam as lagoas naturais”, disse Manuel que enfrenta 33 processos por seu enfrentamento à instalação das minas e seus efeitos.Congas

“Com esta luta obtivemos a unidade de todos os povos. E o que é mais importante: aprendemos a conhecer quem são nossos amigos e nossos inimigos”, disse Manuel. Para o camponês peruano, em todo o país e no resto da América Latina “existem muitas pequenas Congas”.

Vigilância permanente

Os camponeses “ronderos” têm montado sua própria vigilância nas lagoas que serão atingidas pelo projeto, após retirado o estado de emergência decretado em 2012 pelo presidente peruano Ollanta Humala, pelo auge das mobilizações.
As organizações mantém uma alerta permanente diante do movimento de maquinaria pesada das empresas mineradoras –principais ou sub-contratistas- colocadas perto das lagoas.

Foi criado assim o movimento de “guardiães das lagoas”, onde se revezam entre três ou quatro jornadas, centenas de homens e mulheres que vigiam para evitar que as obras avancem.

Vilma Rosa Palma, mulher rondera camponesa, liderança da resistência organizada à mineração, também falou sobre o estado atual desse conflito e descreveu a dura repressão contra as comunidades durante o estado de emergência.

Vilma indica que as mulheres têm tido um papel central em uma resistência que promete se estender no tempo. “Agora as mulheres estamos tendo o papel de sair, fazer nossos revezamentos para ser guardiãs da lagoa, só mulheres”, diz.

O motivo de Vilma para se unir à luta contra Conga, foi o de querer deixar para seus filhos “uma herança de vida” e para isso a água das lagoas é fundamental.

* Entrevistas realizadas em uma recente visita pelo Peru pela integrante de COECOCEIBA-Amigos da Terra Costa Rica, Grace García.

Foto: peru21.pe

(CC) 2013 Radio Mundo Real

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