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25 de Março de 2011 | |

Futuro imediato

Entrevista com Noriko Shimizu da Amigos da Terra Japão

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O devastador desastre “natural”, o terremoto e posterior tsunami que destruiu o leste do Japão no dia 11 de março, agravou-se com a destruição parcial da usina nuclear de Fukushima, que além dos milhares de mortos pelo sismo, hoje faz com que a terceira economia do planeta sofra uma angustiante incerteza sobre seu futuro imediato.

Foi o que disse à Rádio Mundo Real de Tóquio, capital do país asiático, Noriko Shimizu, integrante da Amigos da Terra-Japão, em momento em que as autoridades lançaram um alerta pela contaminação radiativa da água corrente dessa cidade.

Noriko indica que, atualmente, 30 porcento de matriz energética do Japão provém de suas cinquenta usinas nucleares e que apesar disse e da crise nuclear após o terremoto “são muito poucos os que hoje falam do modelo econômico japonês”.

Apesar disso, afirma que se há alguma aprendizagem sobre a dramática conjuntura que o Japão está atravessando é sobre a necessidade de rever os modelos de desenvolvimento do planeta.

Amigos da Terra Internacional considera que esta crise nuclear no Japão deveria levar a reconsiderar urgentemente esta tecnologia perigosa e os planos atuais de construir ainda mais reatores nucleares no mundo.

Nnimmo Bassey, presidente da federação ambientalista afirmou o seguinte sobre a crise no Japão: “Nos solidarizamos com o povo japonês nas trágicas sequelas do terremoto e tsunami. Mesmo tratando-se de desastres naturais, o desastre nuclear adicional é provocado pelo ser humano e demonstra claramente a necessidade urgente de que Japão e outros países detenham seus planos de construir usinas nucleares, desativem as existentes e invistam em energia segura e renovável. Não podemos sacrificar mais vidas para o lobby da indústria de energia nuclear".

“Enquanto o terremoto e o posterior tsunami seriam acidentes naturais, a crise nuclear é claramente responsabilidade humana”, afirma Noriko. “A dependência da energia nuclear nos coloca situações que não podemos enfrentar realmente diante deste tipo de desastres naturais”. “Não sabemos realmente quanto tempo vão se ampliar as consequências, mas podemos pensar que serão devastadoras para o país de muitas maneiras”, acrescentou.

Como exemplo Noriko conta que é muito difícil encontrar água potável, vegetais ou leite em comércios e supermercados de Tóquio, apesar de o governo ter manifestado que as possíveis radiações sobre esses produtos só seriam lesivas para crianças pequenas.

Mesmo assim a população tem saído massivamente a obter estes produtos básicos para armazená-los em suas casas, disse, deixando a pergunta sobre o que acontecerá com os camponeses e produtores cujas terras estão nas proximidades da usina de Fukushima: “provavelmente esses granjeiros não poderão voltar a comercializar os seus produtos”, disse Noriko.

Sobre as alternativas que o movimento ambientalista têm proposto ao modelo industrial e energético vigente no Japão, a ativista indicou que trata-se de um grande desafio que certamente ocupará o centro dos debates no país el futuro imediato.

Noriko também contou que a população japonesa agradecido as amostras de preocupação e solidariedade da comunidade internacional, que será impactada pelas consequências da crise nuclear.

Amigos da Terra Japão está atualmente em campanha para arrecadar fundos para os atingidos pelo terremoto e posterior tsunami. Conheça a campanha e colabore.

Foto: es.sott.net

(CC) 2011 Radio Monde Réel

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