19 de octubre de 2010 | Noticias | Bosques y biodiversidad
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A meados de novembro, o vice-presidente de Ventas e Marketing da companhia estadunidense Aqua Bounty, Henry Clifford, estará visitando o sul do Chile, para participar da primeira oficina sobre salmão geneticamente modificado. Ali falará sobre a tecnologia desenvolvida por sua empresa em relação com o salmão, que tem criado uma espécie geneticamente modificado que a companhia espera vender para consumo humano, embora conta com importante repúdio dos grupos de consumidores e das organizações ambientalistas.
Aqua Bounty desenvolveu o salmão AquAdvantage, combinando um gene produtor do hormônio do crescimento que provém da variedade de salmão Chinook, que é ativado pelo DNA de um tipo de enguia, e é transfirido às ovas fertilizadas de salmões do Atlântico. Isto faz que os salmões atinjam seu peso comercial num máximo de 18 meses, ao invés dos 30 que precisa o salmão tradicional, pelo que os produtores geram um importante economia de alimento.
Está previsto que Clifford fale ainda dos passos que a empresa está dando para que seu salmão transgênico seja aprovado pela Agência de Fármacos e Alimentação dos Estados Unidos (FDA, por sua sigla em inglês). Várias organizações, dentre elas Amigos da Terra Estados Unidos, têm se oposto a esta iniciativa, chamando a atenção sobre os efeitos que poderia trazer para a saúde humana o consumo deste salmão, e destacando ainda o risco que representa a possibilidade de que o peixe geneticamente modificado possa escapar dos criadouros e contaminar o material genético de os peixes em estado selvagem.
Para ilustrar os riscos que representa o salmão, as organizações ambientalistas e de consumidores o denominam “Frankenfish” ("Franken-peixe", em português), referindo-se tanto ao personagem principal da novela Frankenstein, quanto ao título do filme de 2004 de mesmo nome, e que contava a história de um peixe monstruoso que havia sido modificado geneticamente.
Apesar de a empresa afirmar que o consumo do salmão não representa nenhum risco, ainda não existem suficientes provas que demonstrem sua inocuidade. Além disso, a empresa tampouco está em condições de afirmar que não seja prejudicado o ciclo natural das espécies caso houver um acidente que libere peixes modificados.
No Chile, enquanto isso, o Centro Ecoceanos -organização cidadã com base na capital do país- alertou que existe uma grande quantidade de informação sobre a criação deste salmão que não é pública, já que a FDA tem permitido que a Aqua Bounty tenha muitos antecedentes sobre modificações genéticas como segredo industrial e comercial.
Foto: http://www.foe.org/
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