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20 de Junho de 2011 | Entrevistas | Direitos humanos
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No dia 28 de junho serão completados dois anos do trágico golpe de Estado em Honduras, e também será o segundo aniversário da resistência, sintetizada na Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP).
“É verdade que não pudemos reverter o golpe (…) mas obtivemos algo importante para Honduras: o fato de as forças sociais e políticas progressistas se unirem na FNRP, que hoje é a maior força de oposição do país”, disse o dirigente Rafael Alegría, coordenador da CLOC América Central, numa entrevista divulgada por essa organização.
A posição do governo dos Estados Unidos ao reconhecer “as falsas eleições” de 2009 e a frágil oposição de uma parte importante da comunidade internacional são fatores que explicam, segundo Alegría, a continuidade do regime golpista liderado por Porfirio Lobo.
Apesar disso, o dirigente camponês destacou o “apoteótico recebimento” que quase um milhão de hondurenhos deram ao presidente derrocado Manuel Zelaya, que voltou ao país no dia 30 de maio.
O coordenador da CLOC América Central considera que esse dia representou o início de uma “nova fase”, que estará marcada pelo debate político com Zelaya para ver que instrumento político é o mais conveniente para o futuro. Essa decisão será tomada em uma assembleia onde participarão cerca de 1.800 delegados sindicais, camponeses e estudantis, convocada para o dia 26 de junho.
“Vamos entrar em uma grande batalha, há uma esperança firme em atingir grandes transformações”, disse Alegría, confiado em que Honduras fará sua contribuição à “pátria grande” sonhada por Simón Bolívar e Francisco Morazán, entre outros.
Enquanto isso, no momento do diagnóstico do que aconteceu nestes últimos dois anos, fala-se de uma profunda crise social, com temas recurrentes como a permanente situação de conflito no magistério, a luta pela terra e a reforma agrária.
“Em Bajo Aguán temos 41 camponeses assassinados por paramilitares. Com milhares de camponeses processados e presos. Há uma profunda crise econômica, reina o desemprego, com 2,5 dos 4 milhões de camponeses em extrema pobreza, e com oito de cada dez famílias camponesas que não têm terra”, disse o dirigente camponês.
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