Dentre as consequências desta privatização está o desaparicimento da pesca artesanal austral, que era a que abastecia aos chilenos com 70% dos produtos do mar que consumiam.

Foi o que disse Héctor Kol, encarregado do Programa Salmonicultura da Associação Gremial de Organizações de Pescadores Artesanais de Aysén, em entrevista com Rádio Mundo Real.

Kol indicou que contrário ao que acontece com a pesca artesanal no Chile, que utiliza métodos naturais para a extração dos peixes e que obtém produtos orgânicos, a indústria salmoneira emprega uma grande quantidade de antibióticos que contaminam o consumidor. Além disso, afirmou que atinge a soberania alimentar em outros aspectos, já que se utilizam os recursos do mar principalmente para produzir salmão destinado à exportação.

Por último também falou da situação em seu país daqueles que protestam contra esta indústria, já que atualmente enfrenta um processo judicial devido a sua postura sobre a salmonicultura. Um processo que ele considerou como “uma armação”, que atribuiu a sua posição política.

 “Os problemas ambientais no terceiro mundo são posições políticas, são problemas políticos, passam por uma decisão errada do poder central, do poder político, que exerce influência através dos diversos serviços do Estado para desenvolver projetos absolutamente contrários e inclusive perigosos para a vida humana”, afirmou Kol.

E acrescentou: “temos governos, por toda a América Latina, que estão empenhados em despedaçar o único que temos para viver”, pelo que “este tipo de problemas devemos enfrentá-los políticamente”, concluiu.
 
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