Num setor de 1200 hectares mais de 200 famílias dedicam-se à produção agroecológica fornecendo alimentos às populações vizinhas.

No sábado dia 15 de maio foi realizada uma mobilização pelo "iminente risco" que corre o lugar, declarado Reserva Mundial da Biosfera pela UNESCO em 2008. "É desastroso que uma auto-estrada passe por cima de um parque", manifestou Elena Senattori, filha de uma das primeiras moradoras do lugar.

"Reserva da Biósfera significa ’a fome na reserva’, cuidando os espaços que correspondem", disse.

Enquanto, da Assembléia da Reserva de Biosfera Pereyra Iraola, pedem para ser ouvidos e pedem a que seja criado "urgentemente" o Comitê de Gestão do parque com participação dos moradores e organismos especializados na administração de áreas protegidas.

A assembléia surgiu por iniciativa das famílias que vivem na reserva com o objetivo de exigir condições de vida digna, reunindo guarda-bosques, trabalhadores rurais, estudantes e organizações sociais.

Os moradores cultivam suas verduras e criam animais ―aves e porcos― em áreas de 6 hectares. "Há variedade, há diversidade no parque", explicou Senattori, que mantém uma horta para viver.

"É terrível a construção que se pensa fazer―afirmou―, vão destruir um único pulmão que temos na zona".

Segundo contou Senattori, foram as empresas construtoras que mostraram os planos aos moradores dizendo a eles que tinham que ficar tranquilos porque depois iam “resituá-los" em outro lado.

"Essa é a luta, tentar que esta auto-estrada não seja outro desastre ambiental", acrescentou a produtora.

Foto: Auto-estrada fora do Parque Pereyra!