30 de agosto de 2012 | Entrevistas | Anti-neoliberalismo | Derechos humanos | Industrias extractivas | Luchadores sociales en riesgo
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Na segunda-feira a Guarda Republicana e a Polícia do Uruguai reprimiram uma manifestañáo de dezenas de moradores do departamento de Rocha, que se aproximaram até as obras de abertura de uma estrada que conecta a Rota 10 com o porto da localidade de La Paloma, que servirá para o transporte de madeira da empresa finlandesa UPM.
Quatro pessoas foram detidas só por estar presentes lugar, conforme o que denunciaram integrantes da União de Vizinhos de La Paloma.
Enquanto isso, no domingo dezenas de pessoas se mobilizaram na localidade de La Pedrera, a poucos quilômetros de La Paloma, repudiando ao plano do governo nacional de construir um porto de águas profundas na zona de El Palenque, perto de La Pedrera. Afirmam que esse empreendimento é para a mineradora Aratirí, que visa instalar um megaprojeto de mineração de ferro no país.
O governo uruguaio decidiu fazer uma estrada de seis quilômetros que conecte a Rota 10 com o porto de La Paloma. O objetivo é que caminhões utilizem ela para transportar madeira da papeleira UPM, para levá-la até um depósito no porto, para logo ser levada em barcos até a fábrica de celulose da empresa em Fray Bentos, departamento do Rio Negro. A ampliação do porto de La Paloma para armazenagem e transporte fluvial de madeira levaria uns meses de obras.
Na segunda-feira moradores de La Paloma chegaram até o lugar onde se abre o novo caminho para se manifestar e foram recebidos pela Guarda Republicana e a Polícia. A União de Moradores de La Paloma repudiou o que considerou uma “repressão infundada contra a sociedade civil”, conforme uma matéria do jornal uruguaio La Diaria. A União de moradores explicou que as quatro pessoas detidas foram privadas de liberdade somente por chegar até a zona, já que não realizaram nenhum ato de violência ou desacato, nem sequer obstaculizaram o trabalho das máquinas.
Para o porta-voz da União de Moradores de La Paloma, Diego García, a atuação policial foi uma exageração. “Nós temos outra ideia de progresso. Acreditamos que o porto deve potenciar as atividades que já se desenvolvem”, como a pesca artesanal, de porte médio e a atividade esportiva, disse.
Em entrevista com a rádio comunitária La Kandela de Rocha, o morador de La Paloma Ricardo Rodríguez disse que estas obras de ampliação são “ilícitas” porque não foram feitas avaliações de impacto ambiental. Por isso para Rodriguez, os trabalhos devem ser detidos.
Na segunda-feira um grupo de moradores apresentou um recurso de amparo à Justiça de Rocha, sob o argumento de que as obras da nova estrada não contavam com um estudo de impacto ambiental apresentado à Direção Nacional de Meio Ambiente. O intendente (prefeito) de Rocha, Artigas Barrios (da Frente Ampla, partido do governo nacional), havia firmado uma resolução que indicava que as obras não exigiam um estudo de impacto ambiental.
Ricardo disse a La Kandela, em entrevista realizada enquanto estava na manifestação reprimida pela polícia, que todo o projeto de ampliação do porto de La Paloma significa a destruição do balneário como centro turístico atlântico. Manifestou-se a favor de um porto dedicado à atividade pesqueira e turística.
O morador também rejeitou o comportamento da Guarda Republicana e da Polícia, segundo ele similar ao da época da Ditadura, contra “um grupo de cidadãos que está pacificamente exigindo que a lei seja aplicada”. Acrescentou que as forças públicas defenderam o governo que não cumpre as leis, por não ter realizado a avaliação de impacto ambiental na zona, e a uma multinacional, referindo-se a UPM.
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