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12 de Abril de 2012 | Videos | Anti-neoliberalismo | Justiça climática e energia | COP 17
As denúncias sobre um controle corporativo da Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática (CMNUCC), e sobre as pressões exercidas ali pelos países industrializados, provenientes de diversos setores sociais em nível mundial.
São muitas as advertências nesse sentido: fica sob a lupa um espaço que deveria estar centrado no combate a uma das maiores crise que enfrenta a humanidade, a mudança climática.
A 17ª Conferência das Partes (COP-17) da CMNUCC foi realizada em dezembro em Durban, África do Sul, com resultados muito similares às edições anteriores. Não há propostas importantes de reduções de emissões nem de financiamento climático para os países mais vulneráveis.
“É a primeira vez que venho a uma conferência e creio que é a última. Penso que é uma perda de tempo sinceramente. Estamos tentando mudar algo que está controlado pelas multinacionais. Não temos governos dos povos, temos homens de negócios”, disse a ativista moçambicana Anabella Lemos, de Justiça Ambiental – Amigos da Terra Moçambique.
A liderança foi entrevistada por Rádio Mundo Real nos marcos da COP de Durban. Apesar de a conferência ter sido realizada há cerca de quatro meses, a avaliação de Anabella é a mesma que fazem hoje e há anos diversos movimentos e organizações sociais de inúmeros países.
Em um mar de vozes críticas do processo da CMNUCC, as afirmações de Anabella talvez tenham sido as mais críticas das recolhidas por Rádio Mundo Real em Durban: dentro da COP “está tudo comprado”, afirma Anabella.
A liderança considera que não existem possibilidades de mudar as relações de poder e os interesses de empresas e governos dentro das COP. “Vim porque sempre existe uma esperança de fazer algo, de que nossas vozes possam chegar a nossos dirigentes. Não chegam”, lamentou.
Para Anabella, uma das mais experientes representantes de Justiça Ambiental, a aposta na luta contra a mudança climática tem que ser a criação de um grande movimento mundial por justiça climática. A ativista considera que esse movimento já existe e avança, mas acredita que é preciso reforçá-lo.
Justiça Ambiental levou uma delegação importante de ativistas a Durban, com o objetivo de fortalecer justamente o relacionamento da organização com movimentos sociais de diversas partes do mundo que exigem justiça climática. Além disso, os ecologistas trabalharam muito de perto em Durban com uma importante delegação da Via Campesina Moçambique, que também fez o esforço de chegar a África do Sul para expressar suas demandas.
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