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26 de Outubro de 2010 | Notícias | Anti-neoliberalismo | Direitos humanos | Indústrias extrativas
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O calvário judicial das organizações da Amazônia do Equador começou há mais de 17 anos, e tem se prolongado por causa dos permanentes recursos apresentados pela petroleira Chevron-Texaco para evitar a sentença.
Os demandantes, atingidos pelos trinta anos de atividade extrativa, estimam que a reparação do dano causado estaria entre 40 e 90 bilhões de dólares, conforme divulgou em seu site, a Frente de Defesa da Amazônia, um dos grupos que iniciou a ação contra a poderosa corporação.
A multinacional, como era previsível, tem querido se eximir de todas as responsabilidades pelos crimes ambientais cometidos nas províncias de Orellana e Sucumbíos.
A empresa ataca o Estado equatoriano, mais precisamente contra a Petroecuador, e argumenta que já retirou todos seus investimentos do país, apoiada pelas anteriores administrações.
A vontade empresarial de eternizar o julgamento está dando resultados: a causa esteve dez anos em tribunais dos Estados Unidos e sete no Equador –isso incluiu seis juízes diferentes e três recusações-, e as vítimas ainda esperam uma sentença.
As organizações equatorianas consideram que as 54 inspeções judiciais efetuadas no território contaminado deveriam dar provas suficientes, e muito contundentes, dos danos causados por Chevron-Texaco. O presidente de Equador, Rafael Correa, tem sido enfático no momento de se posicionar do lado das comunidades, e tem questionado as artimanhas judiciais da corporação petroleira.
Numa entrevista com o programa Más Voces, o dirigente Ermel Chávez, da Frente de Defesa da Amazônia, denunciou que a contaminação com hidrocarbonetos, responsabilidade de Chevron-Texaco tem provocado a morte de cerca de 500 pessoas, enquanto que mais de 1.500 estão doentes.
Durante as operações da petroleira – dos anos sessenta até os noventa, numa concessão de um milhão de hectares de floresta-, a empresa utilizou tecnologia inadequada para economizar bilhões de dólares.
“Entraram como se fosse uma terra de ninguém, mas ai viviam muitas comunidades indígenas. Usaram a pior tecnologia disponível”, lembrou Ermel Chávez na nota radial.
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