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12 de junio de 2012 | | | | |

Denunciar o reverdecimento do capitalismo

“O melhor cenário para a Rio+20 é voltar para trás”, diz Anabela Lemos da organização Justiça Ambiental/AT Moçambique

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O início da Cúpula da Rio+20 vai se aproximando, e a cada dia que passa houve-se falar mais sobre “economia verde”, tanto pelo lado dos governos e corporações que estão promovendo o conceito, quanto pelas organizações e movimentos que denunciam-no não só como uma proposta que não vai beneficiar o meio ambiente, mas como algo que pode aprofundar os problemas socioambientais ainda mais.

Rádio Mundo Real entrevistou Anabela Lemos, diretora da organização Justiça Ambiental (JA)/Amigos da Terra Moçambique, uma das muitas organizações que vem denunciando o conceito de economia verde.

Uma das denúncias que a integrante da JA faz em relação à economia verde, é a forma em que está ideia vem sendo imposta em diferentes países. No caso de seu país ela denuncia que o governo elaborou um documento sobre economia verde em menos de 6 meses, “houve uma reunião, mas a participação da sociedade civil foi nula. As reuniões aconteceram, algumas partes da sociedade civil estiveram, mas os comentários que deveriam ser respeitados, não foram respeitados”.

A JA considera que a economia verde vai piorar e aumentar os problemas ambientais já existentes. Uma das ameaças concretas que a organização denuncia é que dentro da proposta de economia verde promovida pelas Nações Unidas e o governo de Moçambique destacam-se os mecanismos REDD (Redução das Emissões devidas ao Desmatamento e a Degradação das florestas). Este mecanismo de mitigação considera por exemplo os plantios para produção de agrocombustíveis como uma forma de capturar carbono. Assim, para Anabela, seu governo “está a ver a economia verde como uma maneira de resolver problemas ambientais, utilizando nossos recursos naturais todos, o que é um perigo”.

De 5 a 7 de maio houve um encontro em Joanesburgo do Diálogo dos Povos, onde participaram organizações e movimentos de países da África e da América Latina. Na declaração final, os participantes decidiram “não aceitar os mecanismos REDD e rejeitar a economia verde”, também criticou-se “a tomada das Nações Unidas pelas multinacionais, fazendo um apelo à mobilização mundial para que isso não aconteça na Rio+20”, contou a integrante da JA.

Em relação às expectativas sobre a Rio+20, Anabela Lemos afirmou que “o melhor cenário para a Rio+20 é voltar para trás”. Para ela “20 anos depois, nós estamos em uma situação pior, quer dizer que tudo aquilo que tem sido feito até agora não está a resolver esses problemas, e tudo o que tem sido feito até agora é mais controle das multinacionais, é mais abusos dos recursos naturais, e dos povos que vivem nas áreas rurais. Tudo o que tem se feito até agora, só piorou.

Assim, conclui que para os problemas socioambientais em nível mundial “as soluções não estão em Economia Verde, nem em créditos de carbono, nem em negociar os recursos naturais. A única solução passa por priorizar os direitos dos povos e o direito da natureza contra a mercantilização da vida e o reverdecimento do capitalismo”.

(CC) 2012 Radio Mundo Real

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