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21 de Novembro de 2012 | Entrevistas | Missão Internacional de Solidariedade com comunidades atingidas por mega-projetos mineradores na América Central | Anti-neoliberalismo | Indústrias extrativas | Lutadores sociais em risco
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No início da missão de solidariedade da Federação Amigos da Terra Internacional para com as comunidades atingidas pela mineração, as barragens e os mega-projetos em El Salvador e Guatemala, foi realizada a visita à mina Marlin operada pela canadense Goldcorp.
Para conhecer as primeiras impressões da delegação internacional da Amigos da Terra, Rádio Mundo Real conversou na Guatemala com Lúcia Ortiz, coordenadora do Programa de Justiça Econômica e Resistência ao Neoliberalismo (JERN) da federação.
A mina Marlin está situada na municipalidade de San Miguel Itxahuacán em uma zona concessionada à multinacional canadense de uma extensão de 20 quilômetros quadrados e por um período de 25 anos. “Pode se ver a extensão da contaminação tanto do solo como da água e que se expande atingindo muitas zonas, fazendo-nos prever o que pode acontecer com toda a região se esta mineração de ouro com degradação se expandir” disse a geóloga.
A contaminação das águas é um dos temas que mais chamou a atenção da ativista, já que “as rochas que têm passado pelo processamento voltam às montanhas, voltam a estar expostas às chuvas e aí pelo processo de lixiviação, essas águas vão contaminar os rios, e mais abaixo onde está o lago é precisamente onde vai toda a coleção desses resíduos e desses líquidos contaminantes que passam para os rios que estão mais abaixoo, ese río (Cuilco) que incluso lleva la contaminación al estado de México”.
Vale la pena lembrar que na Guatemala consultas populares têm dito um claro NÃO às concessões e explorações mineradoras, transformando-se em um exemplo mundial das expressões de resistência diante do avanço do capital transnacional sobre os territórios. Por isso, conforme Lúcia, está ali a Federação para apoiar as comunidades em resistência ao processo minerador.
“É incrível que os processos chamados de responsabilidade corporativa destes tipos de empresa não tenham nem sequer vergonha de se apresentarem como empresas que são amigas do meio ambiente” indicou Lúcia Ortiz diante das evidências encontradas nas zonas próximas à mina, em relação com os impactos ambientais e a perda da biodiversidade, mas também diante das transformações e conflitos culturais, diante da privatização do espaço público e o cercamento de lugares sagrados como cemitérios.
“Fazer um comedor para uma escola ou fazer um cercamento de um cemitério, além de ser desproporcionado em termos de investimentos que são feitos, não é justamente o que a gente precisa, que é ter um ambiente são para viver”, concluiu a integrante de AT Brasil.
Foto: Víctor Barro
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