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11 de Maio de 2010 | Notícias | Água
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As mais importantes organizações camponesas, indígenas e afro do Equador reuniram-se na capital, Quito, para exigir uma reformulação da lei de águas, considerada estratégica para o desenvolvimento e a soberania alimentar em seu país.
No entanto, algumas das marchas não puderam chegar à capital por causa do governo e outras foram repelidas pela polícia o que gerou um clima de tensão e a possibilidade de que as organizações bloqueiem a circulação em algumas estradas stratégicas do país.
Foi o que comentou de Quito, Luis Andrango, presidente da Confederação Nacional de Organizações Camponesas, Indígenas e Negras, FENOCIN, em diálogo com Rádio Mundo Real.
O referente indicou que a demanda sobre uma real participação sobre a lei de águas tem gerado um processo de unidade das organizações como a CONAIE (Confederação das Nações Indígenas do Equador) e a Confederação Kichwa (Ecuarunari), com a FENOCIN o que “não se via há muito tempo, desde a luta contra a ALCA e o TLC”.
Hoje estas organizações “nos encontramos nas ruas mobilizados defendendo uma lei real de desprivatização da água que garanta este direito humano que é o acesso a este recurso fundamental”, disse Andrango.
O governo decidiu, porém, bloquear o acesso, às marchas que iam até a Assembléia Nacional nas principais entradas à cidade. Andrango considerou esta atitude “lamentável, uma violação ao direito de livre circulação dos equatorianos”.
No entanto manifestou que desde pontos remotos do território equatoriano continuavam empreendendo sua marcha à capital outras delegações com o objetivo de que o legislativo “dê ouvidos à voz do povo”.
O presidente da FENOCIN, garantiu que a resistência continuará e afirmou que se o que se “procura é aprovar a lei sem consensos e pactando com o direito, assim não vai mudar nenhuma situação”.
“Temos esperado nove meses por esta lei e estamos dispostos a esperar uns meses mais”, disse depois de pedir que se amplie o prazo do debate desta lei crucial para a materialização da Soberania Alimentar no país.
Um comunicado da FENOCIN lista o que considera os “nós críticos” do projeto de lei que regulamenta a reforma constitucional. Dentre eles propõe-se a conformação de uma autoridade de águas com caráter tripartite, com representação dos camponeses e indígenas e não meramente na órbita governamental.
Outro nó crítico é o processo de des-privatização do recurso através da participação do Estado e das comunidades em águas termais, água engarrafada e a anulação da concessão a Interagua na cidade de Guayaquil.
A agência Europa Press indica que na quinta-feira passada as forças policiais que estavam fora da Assembléia Nacional equatoriana utilizaram gases lacrimogêneos contra os manifestantes.
Luis Andrango disse que dentro da comissão parlamentar que tem estudado a lei existem quatro relatórios divergentes, e que a voz e opinião das organizações devem ser levadas em conta.
FOTO: www.telegrafo.com.ec
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