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3 de mayo de 2011 | Noticias | Derechos humanos | Justicia climática y energía
O governo presidido por Dilma Rousseff decidiu abandonar seu lugar na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) a partir de 2012 e suspender o pagamento de US$ 800.000 dólares de contribuição anual para o organismo, o que parece ser uma mudança radical da diplomacia brasileira. Segundo a chancelaria, a razão é a posição da CIDH à respeito da Usina Belo Monte.
Essa comissão, dependente da Organização dos Estados Americanos (OEA), havia pedido em abril a interrupção das obras de construção na central hidrelétrica amazônica Belo Monte, no Estado do Pará. O pedido atendia uma medida cautelar solicitada por organizações que questionavam o emprendimento, devido às reclamações das comunidades indígenas afetadas.
A CIDH assinalou que existiram irregularidades na forma em que se conseguiu a licença ambiental para realizar a construção da central hidrelétrica, o que foi rejeitado pela chancelaria brasileira, que assegurou que a obra cumpria com todos os requerimentos legais e ambientais, e ainda, que havia sido realizada com aval das comunidades originárias.
Segundo consta numa nota da chancelaria brasileira, o governo considerou a decisão adotada pela comissão como “precipitada e injustificável” e a considerou de intromissão em assuntos internos do Brasil.
Em resposta, a presidenta Rousseff retirou seu embaixador da OEA, Ruy Casaes, que permanece no Brasil sem data de retorno à sede do organismo, localizada em Washington.
Por outra parte, representantes de grupos indígenas brasileiros divulgaram uma nota através da imprensa, que considerava lamentável a atitude “arrogante” que teve o governo brasileiro frente ao pedido da CIDH de interromper as obras para consultar livremente as comunidades originárias afetadas, com o intuito de chegar em um acordo.
Segundo expressaram na nota, a atitude do governo revela o “tratamento autoritário” que adotou no caso de Belo Monte, assim como a “ignorância” da chancelaria sobre o sistema interamericano de Direitos Humanos.
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