Nascida na Havana, Cuba em 1996 como proposta das organizações camponesas, a Soberania Alimentar tem sido transformado em princípio dos movimentos sociais a ponto de se constituir em um direito com vários níveis de reconhecimento em nível governamental e de agências de governança global, como a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).

O Coordenador do Comitê Internacional de Planificação (CIP), Mario Ahumada, iniciou os debates dos movimentos com uma do estado atual do conceito de Soberania Alimentar em nível internacional.

Dentre os princípios que regem o conceito de Soberania Alimentar, Ahumada destacou seu caráter prioritário diante dos acordos que regulamentam comercio internacional de alimentos, constituindo-se em um direito das comunidades. “Isto significa que a Soberania Alimentar passa a ocupar um papel central na crítica e mobilização contra as políticas neoliberais” sintetizadas no agir da Organização Mundial do Comércio (OMC), conforme palavras do ativista e professor universitário chileno.

“Desde o ano 96 à data, a Soberania Alimentar tem passado de ser um conceito, a constituir um princípio, mas logo dissemos que é um direito indispensável e temos claro que é um dever com o que todos e todas estamos envolvidos”, sintetizou Ahumada.

Os movimentos decidiram ampliar a base de organizações agrupadas com o objetivo comum da Soberania Alimentar, ao tempo que, durante esta semana, a sociedade civil organizada, participa ativamente na 32ª Conferência Regional da FAO celebrada no Palácio San Martín da capital argentina fazendo suas reivindicações e buscando sensibilizar os governos da região sobre a crise alimentar e as propostas dos movimentos.

Fotos: Comunicación MNCI