19 de julio de 2011 | Entrevistas | Agua
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A atual crise do capitalismo internacional, com Estados Unidos à beira do fim de pagamentos e os bancos centrais europeus tentando extinguir incêndios financeiros aqui e lá, têm transformado aos serviços de água potável e saneamento num negócio cada vez mais suculento e tentador.
Diante desta análise, o Movimento de Atingidos por Barragens (MAB) do Brasil tem convocado a um Seminário Internacional com presença de representantes de cerca de dez países.
“Panorama político sobre a questão da água na América Latina” é o nome do seminário que começará amanhã, 20 de julo no Rio de Janeiro.
Rádio Mundo Real conversou com Gilberto Cervinski, que integra a Coordenação Nacional deste movimento, o mais importante do mundo quanto à análise e o seguimento dos processos de resistência à conversão da água e a energia em mercadorias através de privatizações e hidrelétricas.
“Uma estratégia que estamos percebendo é de que há uma ofensiva muito grande para a privatização dos rios e de suas bacías” diz Cervinski, lembrando que “ao mesmo tempo que se declarava nas Nações Unidas o acesso à água direito humano, existe a crise do capitalismo por aumentar suas taxas de lucro”.
Nada mais fértil para esse esforço que a água: um recurso vital, imprescindível e estratégico. Algo parecido a transformar o clima em um negócio sob o objetivo de combater a crise climática global. Nessa estratégia utiliza-se o“discurso ideológico da escassez da água” indicando-se que “a única alternativa para essa escassez é a apropriação privada desse recurso estratégico”.
A crise que sofre o capital em vários de seus pontos geopolíticos mais sensíveis obriga as corporações procurar novos objetos de negócios para aumentar as taxas de lucro. No entanto, explica Cervinski, “todo isto já estava planificado, não é algo novo” mas o processo se acelera no cenário de crise.
Estes e outros assuntos serão tratados no Seminário.
Foto: MAB
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