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6 de Março de 2012 | | |

Começa o debate

Organizações uruguaias definem prioridades rumo à Cúpula da ONU Rio+20

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No sábado foi realizado em Montevidéu, capital do Uruguai, o Primeiro Encontro Nacional da Sociedade Civil no processo preparatório do país rumo à Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, que será realizada em junho no Rio de Janeiro.

Várias organizações, reunidas na sede da central sindical uruguaia PIT-CNT, coincidiram no questionamento da economia verde, aposta principal da conferência da ONU conforme as organizações sociais de diversas partes do mundo. Rádio Mundo Real esteve no encontro e conversou com a ativista feminista Lilián Celiberti, integrante do coletivo Cotidiano Mujer.

Foi a primeira reunião das organizações da sociedade civil uruguaia sobre Rio+20 e a conferência paralela (alternativa) convocada por entidades sociais brasileiras, chamada “Cúpula dos Povos”. O objetivo das organizações uruguaias é ter um esboço de posicionamento para fim de abril, para discutir com o governo nacional em maio as prioridades da agenda ambiental do país e os temas propostos para a reunião da ONU.
A iniciativa desta coordenação partiu do governo uruguaio, mas as organizações pediram um processo autônomo para seguir sua própria agenda, e o governo aceitou a proposta.

Lilian falou sobre algumas das coincidências que houve no sábado entre as organizações sociais uruguaias sobre temas que poderiam acabar se incluindo em uma agenda ambiental do país e em suas metas para Rio para debater com o governo. As organizações estão preocupadas pelo avanço das monoculturas no Uruguai, principalmente da soja, o aumento no uso de agrotóxicos, o poder das grandes empresas, a debilidade dos organismos de controle ambiental, os subsídios públicos aos investimentos de capital e as carências das políticas de saúde para analisar os impactos das novas transformações produtivas.

Para Lilian “há mais hegemonia em pensar nos bens comuns como recursos naturais mercantilizáveis”. Nesta conjuntura “o papel em definitiva dos governos é a mercantilização é natureza”, lamentou a ativista.

Ela considerou ainda que as organizações sociais e o pensamento crítico estão debilitadas hoje no Uruguai. Há um “encurralamento das visões críticas que questionam este modelo de crescimento baseado no neo-extrativismo e no uso e mercantilização dos bens comuns”, garantiu.
Por isso este processo de diálogo governo – sociedade civil rumo a Rio+20 adquire uma importância especial, “além da elaboração de um documento”.

Parte do objetivo da sociedade civil uruguaia é refundar o diálogo com o governo. “Acredito que a aposta em todo este processo é que deixe instalada uma massa crítica e uma rede de articulação que nos permita discutir com o governo sobre posicionamentos um pouco mais fortes e unidos da sociedade”.

Esta visão possui uma forte característica política, que pretende rejeitar o conceito de “economia verde”. “Eu não quero pôr gênero na economia verde, quero rejeitar o conceito de economia verde”, disse Lilian Celiberti. “Precisamos uma voz más crítica para politizar este debate”, “espero que possamos debater um pouco mais criticamente”, acrescentou.

A ativista uruguaia avaliou que no governo há uma falta de consciência e conhecimento sobre algumas das consequências da aposta na economia verde. No entanto, foi autocrítica e disse que o mesmo acontece em algumas organizações sociais. “Existem muitas organizações que estão muito longe deste debate, espero que possamos pôr elementos críticos e sair fortalecidos deste processo”. Conforme Celiberti, o argumento de que a economia verde solucionará os problemas de pobreza não é mais do que um “slogan” do Norte, “para vestir e revestir uma nova reorientação dos capitais internacionais” em um momento de “profunda crise civilizatória”.

Foto: http://pimentacomlimao.files.wordpress.com

(CC) 2012 Radio Monde Réel

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