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12 de Maio de 2009 | Notícias | Indústrias extrativas
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O governo peruano, conduzido pelo presidente Alan García, está aplicando uma estratégia de usurpação de terras através de decretos legislativos que tem como objetivo o “desaparicimento” das comunidades indígenas.
Essa é a posição que mantém a Confederação Nacional de Comunidades Atingidas pela Mineração (CONACAMI), e é compartilhada pelo resto dos grupos que participaram no fim da semana passada do Encontro Nacional de Povos Andinos e Amazônicos, preparatório da IV Cúpula Continental de Povos e Nacionalidades Indígenas de Abya Yala.
Uma das referentes da Conacami, Feliciana Amado, disse que ao governo de seu país no parece importar-lhe a qualidade da água que consomem geralmente os povos originários.
Os impactos contaminantes da mineração estão mudando a vida de milhares de peruanos: “Os rios já não têm peixes. As pessoas do campo pescavam diretamente para se alimentar. Essa biodiversidade não custava nada para ninguém. Ali caçavam e se alimentavam”, disse Feliciana em entrevista com a Coordenadora Nacional de Rádio.
As famílias rurais peruanas viviam em harmonía com a natureza e encontravam nesses recursos seus meios de subsistência, mas a partir da chegada ao governo de Alberto Fujimori, em 1990, as empresas transnacionais “chegaram para nos desalojar”, conforme Feliciana.
É o que entendem também as organizações que participaram do Encontro Nacional Andino Amazônico, cujo documento final pede a revogação imediata do Tratado de Livre Comércio (TLC) com os Estados Unidos, que já tem sido declarado inconstitucional por tribunais peruanos.
Para elas, o Poder Executivo tem cedido às “pressões” das companhias transnacionais mineradoras e petroleiras, e tem chegado ao extremo de despedir os funcionários do Ministério de Energia e Minas que têm se oposto às concessões.
Outra frente de luta das comunidades está relacionada à água. Os grupos que assinam o documento, divulgado pela agência de notícias Adital, estão pedindo que também seja revogada a Lei de Recursos Hídricos que, segundo eles, “libera o caminho” para a privatização deste recurso.
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