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1 de Dezembro de 2010 | Notícias | Justiça climática e energia | COP 16
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Nesta terça-feira, os contingentes dos movimentos sociais que haviam percorrido México em caravana durante os últimos dias se uniram para marchar pelo centro da Cidade de México, para denunciar as políticas predatórias do meio ambiente que têm se instrumentado nesse país e para exigir soluções reais frente à mudança climática.
“Estamos dando nossa voz, estamos desmascarando as políticas do governo mexicano”, explicou da marcha Alfredo Acedo, coordenador de mídias do movimento de base Via Campesina. Acedo acrescentou que estas práticas predatórias conduzidas por México tinham a ver com uma muito grave contaminação dos rios e com a mineração a céu aberto, como a que realizavam as companhias canadenses.
“As nossas demandas são que os países ricos se comprometam a instrumentar medidas que realmente reduzam a emissão de gases de efeito estufa”, indicou Acedo em entrevista com Rádio Mundo Real, e falou como exemplo os acordos atingidos sobre isso em Cochabamba, Bolívia, nos marcos da cúpula dos povos que ocorreu no começo deste ano.
“Exigimos também que os países ricos reconheçam as dívidas, a dívida ambiental e climática que têm com o resto das nações do mundo, porque eles são os principais causantes do problema da crise ambiental e da crise climática. É seu modelo de industrialização, seu modelo de produção e consumo, que de forma excessiva faz uso dos combustíveis fósseis. E é essa prática industrial a que nos deixou agora à beira de uma catástrofe climática”.
Na manhã desta quarta-feira, uma caravana partiu da Cidade de México para Cancún, atravessará vários Estados para chegar até o norte do país e entrar na península.
Neste momento, cerca de mil personas integram esta caravana, que não apenas está composta por membros do movimento camponês, como também estão ali integrantes de outros movimentos sociais, bem como representantes sindicais, em protesto por um despejo massivo recente. No entanto, ao terminar o trajeto, a caravana triplicará seu tamanho, já que se estima que cerca de duas mil pessoas se unirão rumo a Cancún, onde instalarão um grande acampamento na noite da sexta-feira.
“Desde esse dia até o dia 10 de dezembro permaneceremos com uma série de fóruns e mobilizações na cidade de Cancun, dentre as quais destaca-se a grande mobilização do dia 7 de dezembro, em que a Via Campesina está convocando para criar milhares de Cancun em todo o país e em todo o mundo”, disse Acedo à Rádio Mundo Real. Nessa mobilização, será para destacar “a voz dos desconformes com a crise climática”, para que os governos “sentam a pressão de uma sociedade preocupada”, que permita em definitiva estipular acordos obrigatórios em todos os países, onde o fundamental seria que aqueles mais ricos se comprometam a reduzir de forma drástica seu consumo de combustíveis fósseis.
“Este movimento é uma alerta para todos os cidadãos, para todas as pessoas, de forma que se tome consciência da gravidade da situação.
Somente com a pressão social, com a participação dos movimentos sociais e de cada pessoa em nível individual, os governos estarão forçados a chegar a acordos vinculantes nestas conferências chamadas COP”, indicou coordenador de mídias da Via Campesina, e acrescentou que : “Depois de 16 anos vemos que não tem se chegado a nada em concreto. O risco é que se não surgem acordos importantes desta reunião de Cancun, ou na próxima, o Protocolo de Kioto terá concluído em 2012 e não haverá acordos renovados que permitam que uma série de medidas tão frágeis como as que indicava o Protocolo -e que ainda assim, governos como o dos Estados Unidos se negaram a assumir- permaneçam, porque para 2012 o Protocolo de Kioto terá finalizado sua vigência”.
Por isso, Acedo fez um chamado a todos os “preocupados pelo planeta, pela vida e pelas futuras gerações” a se mobilizar.
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