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3 de Dezembro de 2010 | Notícias | Justiça climática e energia | COP 16
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Amigos da Terra destacou nesta quarta-feira, em sessão plenária da COP 16 de Mudança Climática em Cancun, a necessidade de que as negociações oficiais transcorram pelos caminhos democráticos e transparentes previamente estipulados. A federação ambientalista rejeitou ainda a ênfase colocada nestes dias de conferência nos mercados de carbono.
“Presidenta (chanceler mexicana Patricia Espinosa), temos uma grande preocupação: que em Cancun desenvolve-se um processo transparente e comprometido em dar soluções reais à crise climática”, disse em sua intervenção plenária o ambientalista Domingo Lechón, integrante de Otros Mundos – Amigos da Terra México.
Várias organizações desse país têm advertido nesta COP que a presidência mexicana não está conduzindo as tratativas com cristalinidade e tem permitido processos paralelos em espaços fechados. As entidades sociais temem que se repita a experiência de Copenhague, na COP 15, de dezembro de 2009, quando um grupo de países assinaram um acordo de costa para todos os demais, sem respeitar o processo marco da Convenção de Clima.
Lechón falou como parte da Amigos da Terra Internacional e mencionou que a federação integra a rede mundial de movimentos e organizações sociais chamada “Justiça Climática JÁ!”.
O ativista pediu aos 192 países partes da Convenção do Clima da ONU que “trabalhem por um resultado justo nas dois vias de negociação e não por desmontar a arquitetura de um acordo global”. Pediu-lhes ainda “que exijam ações efetivas dos países historicamente responsáveis da mudança climática” (Estados desenvolvidos), entre as que destacou a “redução de emissões de pelo menos 40 porcento e sem compensações” para 2020 (em comparação com os níveis de 1990). “O comércio de carbono já tem demonstrado que não serve e rejeitamos a ênfase que está sendo colocada nele”, destacou Lechón.
O integrante da Amigos da Terra México também pediu na plenária “um novo mecanismo financeiro sujeito à autoridade da ONU” para financiar a adaptação e mitigação da mudança climática nos países em desenvolvimento. “Propomos que o dinheiro deve sair de um imposto global às transações financeiras, do combate à evasão fiscal e da eliminação dos subsídios aos combustíveis fósseis”, acrescentou.
Finalmente, Lechón destacou a “necessidade urgente” de “soluções reais para não continuar sofrendo”. Nesse sentido, exigiu que “deve-se levar em conta o Acordo dos Povos de Cochabamba, um processo participativo que propõe soluções reais contra a crise climática”.
Em abril deste ano, o governo boliviano realizou nessa cidade a Conferência Mundial dos Povos sobre a Mudança Climática e os Direitos da Mãe Terra. Até ali chegaram dezenas de milhares de delegados de movimentos e organizações sociais de 140 países. O “Acordo dos Povos” assinado pelos participantes propõe, entre muitas outras coisas, reduções drásticas de emissões para os estados do Norte, rejeita o mercado de carbono e propõe um financiamento climático quase seis pontos percentuais superior ao oferecido por esses países ricos.
Foto: Rádio Mundo Real
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