Sem ir mais longe, o primeiro de fevereiro sete pessoas armadas invadiram um acampamento no município paraense de Breu Branco, e assassinaram com um tiro na cabeça o dirigente sem terra Manoel Francisco Silva Souza.

Segundo a denúncia da CPT, os invasores queimaram pelo menos dez casas e forçaram as famílias a deixar o lugar. Também prenderam fogo os poucos documentos pessoais dos assentados.

"As famílias estão atualmente na cidade de Breu Brano sem lugar onde ficar, algumas somente com a roupa que vestem, que foi o que se salvou do fogo", indica o comunicado da CPT.

No meio do conflito entre latifundistas e camponeses está o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), que se mantém "ausente", conforme a CPT. As 58 famílias assentadas no acampamento Breu Branco haviam advertido que nas últimas semanas haviam recebido ameaças de morte de pessoas contratadas pelos produtores.

"Esperamos que os culpáveis paguem os crimes cometidos (…), e que o INCRA cumpra com seu papel", afirma a pastoral em seu documento público. Caso não o faça, seria possível pensar que a entidade pública está incitando a esta situação de violência, ou pelo menos tem se transformado em "cúmplice destas práticas", afirma a CPT.