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21 de Abril de 2010 | Notícias | Direitos humanos
Aumenta a resistência brasileira
Mobilizações em todo o Brasil contra a Belo Monte
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Apesar de todos os dias aumentarem as críticas à iniciativa de diversos âmbitos, as autoridades brasileiras seguem adiante com o polêmico projeto de construir a hidrelétrica de Belo Monte no rio Xingú, no Estado do Pará.
Milhares de integrantes do MAB (Movimiento de Atingidos por Barragens) sairam nesta terça-feira (20) às ruas nas principais cidades do Brasil, e o protesto incluiu a ocupação de sedes públicas e uma área de obra onde pretende-se construir a usina.
Isso acontecia enquanto o governo fez a concessão da construção da terceira maior hidrelétrica do mundo ao consórcio Norte Energia, onde participa uma subsidiária da Eletrobras e oito empresas privadas. No grupo que perdeu, conforme o jornal madrilenho El País, estava a elétrica espanhola Iberdrola, que é questionada por suas atividades em vários pontos da América Latina.
A barragem de Belo Monte entraria em funcionamento a partir de 2015 e estaría situada no coração da Amazônia. Apenas seria superada em tamanho pela barragem chinesa de Três Gargantas e a binacional Itaipú, na fronteira entre Brasil e Paraguai.
Estima-se que sua construção inundaria cerca de 500 quilômetros quadrados de terras que atualmente ocupam comunidades indígenas, e que seriam desalojadas de 20 mil a 50 mil.
Ontem em Belém, a capital do Pará, cerca de 500 camponeses se instalaram como sinal de protestos na parte exterior do prédio da Eletronorte, a empresa pública que participa nas obras. Houve outras ocupações e marchas nas cidades de Brasília, Porto Alegre, Belo Horizonte, Florianópolis, Fortaleza e Porto Velho, conforme o site do MAB.
O site informa que as 24 aldeias indígenas assentadas na região do Xingú, principal afluente do Amazonas, estão em pé-de-guerra contra esta iniciativa desde a sua origem na década dos oitenta, em plena ditadura militar.
“Agora, não é só o Pará que luta contra Belo Monte. A sociedade entendeu que Belo Monte significa a violação da nossa soberania, enquanto nação. Significa a exploração dos nossos bens naturais pelas multinacionais. Nós não vamos mais permitir isso”, adverteu Rogério Hohn, da coordenação nacional do MAB.
Além da resistência das organizações de base que questionam este modelo há muitos anos, nos últimos dias importantes figuras do mundo do espectáculo têm tentado persuadir o presidente Luiz Inácio “Lula” Da Silva.
Dentre eles estão o músico britânico Sting e o diretor do filme Avatar, James Cameron, que recentemente visitou o lugar onde seria construída Belo Monte.
