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30 de marzo de 2012 | | |

Aprender na prática

Trinta militantes da Via Campesina colaboram no Haiti com as organizações camponesas locais

É um trabalho silencioso, mas persistente, que está longe dos flashes e das grandes coberturas midiáticas. Desde janeiro de 2009, uns trinta integrantes da Via Campesina, em sua maioria brasileiros, estão no Haiti com a Brigada Internacionalista Jean-Jacques Dessaline.

Escolheram esse nome para homenagear um dos heróis da revolução haitiana que conquistou a independência desse país em 1804 e pôs fim à escravidão. Ironicamente, a nação que atualmente apresenta os índices sócio-econômicos mais baixos de nosso continente esteve na vanguarda dos processos emancipadores, e rompeu os laços com a colônia vários anos antes de que começassem as declarações de independência no resto dos países americanos.

Uma parte essencial deste projeto de coordenação com organizações camponesas haitianas é levado adiante pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. As tarefas que realizam os brigadistas têm a ver basicamente com o apoio à organização, a formação sócio-política e a produção agroecológica, em um programa de sementes que envolve cerca de 150 camponeses haitianos.

Um vídeo institucional para explicar esta iniciativa da Via Campesina reconhece a inspiração nas brigadas internacionais que operários e camponeses realizaram durante todo o século XX. Existem nesta brigada duas frentes de batalha: a instalação de mais de 1000 tanques de águas de chuva e o desenvolvimento de um programa de sementes agroecológicas.
A ideia surgiu em 2008, logo houve um processo de capacitação e preparação na escola Florestán Fernandes, até que em 2009 quatro militantes do MST viajaram para a ilha caribenha.

No primeiro ano foi de diagnóstico e para conhecer a realidade das famílias camponesas do Haiti, que representam 65% da população, e que sofreram duramente as políticas neoliberais de Duvalier, que acabaram num cenário de destruição da agricultura.

Segundo o vídeo, um dos pilares desta experiência consiste em “aprender na prática”, e lembram ainda que a solidariedade internacional é um princípio organizativo para o MST e para a Via Campesina.

Paralelamente a isto, cerca de 76 jovens haitianos foram enviados para o Brasil através de um programa de intercâmbio com as organizações da Via Campesina nesse país.

Foto:www.mst.org.br

(CC) 2012 Radio Mundo Real

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