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16 de noviembre de 2009 | Entrevistas | Soberanía Alimentaria | Souveraineté Alimentaire des Peuples Maintenant !
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Um dos fenômenos novos que podem ser percebidos graças a crise alimentar mundial é o do processo de acumulação de terras em países empobrecidos –especialmente africanos e asiáticos- por agentes privados com o objetivo de produzir alimentos para outros países através de empresas do agronegócio.
Foi o que disse no Fórum “Soberania Alimentar dos Povos Agora!” em entrevista com Rádio Mundo Real René Vellvé, integrante da organização GRAIN.
A ativista esteve na Barraca da Soberania Alimentar no parque defronte ao edifício da FAO, no centro de Roma, onde também estiveram falando camponeses despejados por este fenômeno em países como Etiópia e Indonésia.
“Os investidores estão em conivência com os governos para se apoderar de dezenas de milhões de hectares de terras agrícolas excelentes na Ásia, África e América Latina. Os governos promovem estes acordos, como Árabia Saudita ou Coréia do Sul, já que vêem a subcontratação da produção de alimentos como uma nova estratégia para alimentar seu próprio povo sem ter que depender do comércio internacional”, disse Vellvé à Rádio Mundo Real.
Cerca de 40 milhões de hectares já foram adquiridos através deste “mecanismo” promovido pelo crescente valor dos alimentos. “Mais de 100 bilhões de dólares estão em jogo”, segundo GRAIN.
Vellvé não tem confiança em que a partir da Cúpula da Alimentação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) possa ser detido este processo. Pelo contrário, René acredita que essa organização pretende regulamentar o fenômeno que ela considera um “investimento” em terras. “A FAO está falando com os governos quando na verdade são empresas privadas as que estão comprando, então não há nenhuma certeza de que estas normas, se forem adoptadas, sejam aplicadas”, disse Vellvé na entrevista.
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