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7 de Abril de 2010 | Notícias | Honduras Livre | Direitos humanos
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Mais de cem ordens de captura contra camponeses, uma saturação de presença militar e paramilitar, além de mais de cinco civis mortos é o panorama que se vive na zona de Aguán, em Honduras, numa arremetida repressiva do governo para desalojar camponeses que recuperaram terras do latifúndio.
Esta terça-feira (6) era a data estabelecida pelo governo de Porfirio Lobo para intervir militarmente a zona, empresa onde, advertiu, não hesitaria en utilizar todo o poder de fogo do exército hondurenho.
Mas os camponeses do Movimento Unificado Camponês de Aguán (MUCA) responderam às ameaças com ação: esta mesma madrugada ocuparam outros 700 hectares ao tempo que denunciam internacionalmente a arremetida repressiva e o muito provável saldo de morte deixaria.
“Neste momento há uma pressão psicológica enorme sobre os irmãos e irmãs dos diversos grupos, a situação é terrível”, comenta desde o lugar dos fatos Wilfredo Paz Reyes, dirigente do MUCA e da Frente Nacional de Resistência Popular em entrevista com Rádio Mundo Real.
O processo de recuperação de terras abrange 17 famílias contra meia-dúzia de latifundistas. “Nesse contexto as pessoas prefere morir na terra antes que entregá-la, de fato temos perdido cinco companheiros camponeses na arremetida de militares e paramilitares, mas aqui ninguém vai embora, nem se rende”, diz Wilfredo.
As próximas horas são cruciais e diversas organizações têm advertido sobre a explosiva situação.
“A Polícia e o Exército de Colón operam com veículos dos empresários latifundistas com placas particulares, armados com AK-47, encapuzados e junto com paramilitares realizam diariamente operações contra o MUCA”, diz um comunicado dessa organização difundido mundialmente.
Os fatos que marcam a continuidade da repressão desatada depois do golpe de junho passado por parte de Roberto Micheletti contra o governo do deposto José Manuel Zelaya chegam até as altas esferas de governo, como o recente nomeamento como Diretor Nacional de Telecomunicações ao “chefe operativo” do regime ditatorial liderado por Micheletti, o General Vázquez Velásquez.
“É um governo totalmente ilegítimo, é a imposição da oligarquia e a bota militar sobre o povo hondurenho. Na Frente Nacional de Resistência Popular reiteramos um chamado à solidariedade com as lutas que estamos empreendendo porque não temos renunciado à Assembléia Nacional Constituinte, a mudar o destino deste país”, disse Wilfredo Paz à Rádio Mundo Real.
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