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22 de Novembro de 2010 |

Abacaxi tóxico

Danos ambientais, sociais e de saúde pública na zona Caribe da Costa Rica diante do avanço da monocultura

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A comunidade de Santa Rosa de Guapiles no caribe costa-riquenho tenta deter a expansão da monocultura de abacaxi em mãos de empresas frutícolas. Rádio Mundo Real entrevistou moradores que não aceitam a instalação de um plantio de abacaxi em grandes extensões.

Na Costa Rica, a monocultura de abacaxi tem gerado graves danos ambientais e sociais. Esta atividade agro-industrial teve um crescimento explosivo de 600% nos últimos nove anos, passando a ser uma das atividades econômicas mais importantes do país centro-americano.

Um dos casos mais emblemáticos está nas comunidades de Cairo, Luiciana e Francia de Siquirres. Uma das subsidiárias da transnacional Del Monte, é responsável pela contaminação da fonte de água destas comunidades.

Atualmente estas populações recebem, há três anos, água em caminhões pipa, ao serem contaminadas suas fontes tradicionais de água. Cada dois dias, estes caminhões passam distribuindo água potável, devido a que o líquido que sai da torneira está contaminado pelo herbicida chamado Bromacil.

Além disso, a expansão do cultivo de abacaxi tem trazido consequências sobre a agricultura camponesa e a pecuária, devido a mosca do estábulo (Stomoxys calcitrans) que ataca os animais num rádio de 10 quilômetros. Esta praga surge pela má gestão dos resíduos da colheita do abacaxi, produzindo perda de peso no gado de até um quilo por dia.

Devido a isto, vizinhos da comunidade de Santa Rosa de la Rita se opõem à instalação de uma empresa com um cultivo de 280 hectares. Esta atividade que pretendem realizar empresa Piñas Tropicales GAC S.A.
baseia-se na falsificação de informação, dentre outros aspectos da aprovação social do projeto.

De fato, a companhia apresentou um Plano de Gestão Ambiental e um Relatório Socioeconômico diante das autoridades do Estado onde afirma que a comunidade foi consultada, situação que os moradores consideram um engano da empresa.

Rádio Mundo Real conversou com alguns membros da comunidade após uma reunião realizada no sábado 20 de novembro na zona, para analisar os documentos apresentados pela companhia.

Para Fernando Agüero Valverde, é clara a inconveniência do cultivo industrial de abacaxi tomando como exemplo as experiências de populações vizinhas.

O abacaxi em monocultura, insiste Fernando, traz pragas e doenças que têm atingido a saúde das populações próximas onde este cultivo tem ido avançando.

Não é a primeira tentativa desta empresa de instalar a monocultura. Na área de 280 hectares tem secado lagoas e zonas úmidas aumentando a vulnerabilidade a inundações das casas vizinhas, bem como um impacto negativo sobre sua única fonte de água.

Julio Valverde Quiroz, agricultor da zona que produz de forma orgânica há quinze anos, comenta os impactos que já estão sofrendo por causa das monoculturas de abacaxi e coco.

A praça central de sua comunidade, a escola, o lugar para reuniões da comunidade e até o templo religioso seriam atingidos pela instalação desta monocultura, conta Julio.

Foto: http://www.elpais.cr

(CC) 2010 Radio Monde Réel

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