12 de abril de 2010 | Noticias | Derechos humanos
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Em alguns países centro-americanos parece que o tempo não passa: as companhias de fruta dos Estados Unidos que operam na Guatemala, por exemplo, fazem seus negócios com a mesma impunidade que tiveram durante boa parte do século XX, e continuam sem levar em conta que nesse país existe uma legislação trabalhista em vigor.
É o que denunciaram seis sindicatos guatemaltecos do setor integrados por trabalhadores da empresa Cobigua, subsidiária da multinacional Chiquita Brands, nome que adotou a tristemente conhecida United Fruit Company.
Os trabalhadores atacam as patronais por suas “graves e permanentes” violações dos direitos trabalhistas, e pelas ameaças de morte que têm recebido dirigentes sindicais e camponeses nestas últimas semanas.
Um dos casos mais paradigmáticos é o de Leonel Pérez Lara, integrante do Conselho Político do Movimento sindical, indígena e camponês guatemalteco (MSICG), que desde o dia 5 de abril –quando começaram as denúncias- tem recebido advertências por parte de desconhecidos.
Estas ameaças somam-se a uma situação muito complexa: desde janeiro de 2007 até agora 43 sindicalistas e dirigentes camponeses foram assassinados por paramilitares vinculados às empresas privadas e ao Estado.
Os sindicatos guatemaltecos têm denunciado esta situação à Organização Internacional do Trabalho (OIT), e pedem a solidariedade de outros organismos internacionais.
O secretário geral da Confederação Sindical Internacional (CSI), Guy Ryder, enviou uma carta ao presidente Álvaro Colom -com cópia às multinacionais fruteiras- para que interceda perante os empresários e exija “respeito total” aos direitos sindicais e trabalhistas.
Conforme o site da CSI, os trabalhadores da Guatemala denunciam que os representantes locais de Chiquita ameaçam de forma permanente com fechar seus centros de trabalho caso forem adotadas medidas sindicais.
A United Fruit está relacionada à alguns dos capítulos mais trágicos da história da América Central. Sua influência nas altas esferas do governo dos Estados Unidos, e na Agência Central de Inteligência (CIA, sigla em inglês) contribuiu a depôr o presidente guatemalteco Jacobo Arbenz Guzmán, depois de que ter promovido em 1954 uma lei de desapropriação de grandes latifúndios para destinar essas terras à reforma agrária.
Foto: http://www.csa-csi.org
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