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24 de Agosto de 2010 | Notícias | Indústrias extrativas
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O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente tem reconhecido que sua investigação sobre derramamentos de petróleo na zona do Delta do Níger, na Nigéria, tem como fonte principal a informação dada pela própria indústria petroleira. O fato indignou várias organizações ambientalistas e de direitos humanos.
Os derramamentos de petróleo e a queima de gás na Nigéria, principalmente da gigante anglo-holandesa Shell, são das maiores demonstrações de contaminação ambiental em nível mundial.
“Indignação” é a palavra escolhida por Amigos da Terra Internacional através de um comunicado de imprensa emitido nesta terça-feira, após conhecer a notícia de que o estudo das Nações Unidas têm base em cifras das empresas petroleiras e estatísticas do estado nigeriano.
A federação ambientalista tem seguido muito de perto este caso, com contínuas denúncias e inclusive tem levado a Shell à justiça. Agora exige que o estudo das Nações Unidas leve em conta também as vozes das comunidades atingidas e das organizações que trabalham com elas.
O presidente da Amigos da Terra Internacional e diretor da Amigos da Terra Nigéria, Nnimmo Bassey, disse: “nós monitoramos regularmente os derramamentos e nossas observações contradizem comumente a informação produzida pelas companhias petroleiras e as agências reguladoras públicas da Nigéria”. “Se a equipe do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente pedisse o apoio das comunidades poderiamos evitar cair na armadilha das cifras da Shell”, recomendou.
Mesmo assim, Bassey disse não estar muito surpreso porque “o estudo das Nações Unidas é pago pela Shell”. “Mas a realidade é que inúmeras investigações têm colocado a culpa dos derramamentos no Delta do Níger nas portas das companhias petroleiras, principalmente da Shell”, denunciou Nnimmo.
O ativista Geert Ritsema, da Amigos da Terra Holanda, considerou que “o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente deve ter a base de seus estudos principalmente em fontes independentes, ao invés de fazê-lo com informação das empresas responsáveis da carta contaminação petroleira na Nigéria”.
Em junho Shell rejeitou revelar 30 documentos que forneceriam mais informação sobre as fugas petroleiras de seus oleodutos na zona do Delta do Níger. O comportamento da empresa demonstra que está escondendo dados para não ter que limpar a sua contaminação e compensar as comunidades locais, alertava a organização Amigos da Terra Holanda.
A Shell deu essa negativa na ação que essa organização e quatro agricultores e pescadores nigerianos apresentarama na Haya, onde a empresa tem a sua sede central. Assim o caso é contra a casa matriz e sua subsidiária Shell Nigéria. A companhia é acusada de provocar a grande contaminação ambiental proveniente de seus derramamentos de petróleo nos povoados de Oruma, Goi e Ikot Ada Udo.
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