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21 de Abril de 2015 | Entrevistas | Vítimas da mudança climática | Semeando Justiça Climática | Anti-neoliberalismo | Direitos humanos | Indústrias extrativas | Justiça climática e energia
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Em 2009, a empresa mineradora de origem brasileira Vale (Vale do Rio Doce nesse então) iniciou o projeto “Moatize” de extração de carvão, no distrito moçambicano de mesmo nombre, província de Tete. A partir desse momento as promessas da empresa têm sido descumpridas e até hoje as comunidades locais resistem aos seus impactos.
Os “oleiros” (trabalhadores que fazem tijolos), cuja fonte de renda sofreu um duro golpe já que o projeto extrativo ocupou a área que utilizavam para obter a argila, matéria prima utilizada em seu trabalho, protestaram. A empresa tinha indenizado de forma insuficiente os trabalhadores, pagando a eles uma quantía que não compensou a perda de suas fontes de sustento. Ao mesmo tempo, as famílias desalojadas pela Vale expressaram seu descontentamento pelas moradías construídas pela companhia, que se deterioraram rapidamente. Estas são apenas algumas das consequências da Vale na zona.
Na conferência que está sendo realizada na capital moçambicana, Maputo, desde terça-feira, intitulada “Semeando Justiça Climática – Encontro em Maputo sobre Soluções Reais à Crise Climática”, há vários atingidos pela Vale da região de Moatize. Rádio Mundo Real gravou a fala de um dos participantes provenientes dessa zona, Isaque Antonio Sampanha, “oleiro” de profissão.
O trabalhador falou dos impactos da Vale, de como ele e seus companheiros foram prejudicados pela empresa e do papel cúmplice com a corporação do governo nacional. A seguir sua exposição na atividade em Maputo.
Imagen: www.thebusinessyear.com
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